O presidente do Conselho Europeu defendeu esta quinta-feira, após um encontro com o presidente Volodymyr Zelensky, que sejam entregues tanques de combate a Kiev. As declarações chegam na véspera de uma reunião na Alemanha e numa altura de crescente pressão sobre Berlim para ceder tanques Leopard 2 à Ucrânia.
We hear your message. You need more air defence and artillery systems, more ammunitions.
— Charles Michel (@CharlesMichel) January 19, 2023
I firmly believe that tanks must be delivered.
We want to support you because we are aware that the next few weeks may be decisive for what comes next. @ZelenskyyUa pic.twitter.com/vc1MU0e7fI
A pressão sobre Berlim para o fornecimento de tanques Leopard 2 à Ucrânia é cada vez maior. Neste momento, vários países que já aceitaram ceder estes tanques a Kiev estão a aguardar aprovação para o envio, da qual necessitam por se tratar de equipamentos de fabrico alemão.
Moscovo tem, nas últimas semanas, vindo a fazer pressão na frente oriental em torno da cidade ucraniana de Bakhmout e os bombardeamentos continuam um pouco por todo o território. Em Dnipro, mais de 40 pessoas morreram num ataque que atingiu um prédio residencial.
Esta quinta-feira, numa conferência de imprensa coletiva com o presidente Volodymyr Zelensky, Charles Michel confirmou discussões entre os Estados-membros da União Europeia para um décimo pacote de sanções contra a Rússia.
"Acabámos de chegar a um acordo há algumas semanas sobre o nono pacote de sanções e certamente o décimo será necessário", avançou aos jornalistas.
No encontro com o presidente ucraniano, Michel discutiu “medidas concretas (...) para garantir que [a Ucrânia] seja mais forte e mais poderosa”, explicou este responsável.
"Os ucranianos estão a lutar pela sua terra, pelo futuro dos seus filhos. Mas também estão a lutar pelos nossos valores europeus comuns de paz e prosperidade. Precisam do nosso apoio e merecem-no", defendeu o presidente do Conselho Europeu.
Alemanha tem de autorizar entrega
A visita a Kiev aconteceu na véspera de uma reunião em Ramstein, Alemanha, do Grupo de Contato para a Ucrânia, que reúne cerca de 50 países e é liderado pelos Estados Unidos. A discussão vai focar-se na coordenação da ajuda à Ucrânia e, em particular, no fornecimento de armamento pesado e sistemas mais modernos de defesa antiaérea.O Reino Unido já prometeu 14 tanques Challenger 2 e 600 mísseis Brimstone à Ucrânia, enquanto a Polónia diz estar pronta para enviar 14 tanques Leopard 2 de fabrico alemão caso Berlim autorize a sua exportação.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, e o recém-nomeado ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius, enfrentam crescente pressão para darem luz verde ao envio dos tanques Leopard 2, usados em vários exércitos de países membros da NATO.
Até agora, a Alemanha tem sido cautelosa quanto à aprovação do envio de tanques Leopard, temendo que essa ação possa ser vista como uma escalada na guerra.
Na quarta-feira, o secretário-geral da NATO prometeu no Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça, que os membros da organização vão fornecer a Kiev armas "mais pesadas e mais modernas" para auxiliar a resistência às ofensivas russas.
"O tempo está a esgotar-se. A situação é urgente. A Ucrânia necessita de mais apoio. Trata-se de um combate pelos nossos valores. A democracia deve vencer a tirania", insistiu Jens Stoltenberg.
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