Talibãs capturam oitava capital de província numa semana

por Lusa
A debandada geral da população após os talibãs tomarem a cidade de Faizabad D.R.-Mohammad Asif Khan

Os talibãs tomaram a cidade de Faizabad, no extremo nordeste do Afeganistão, a nona capital provincial numa semana, revelou um deputado local.

"Ontem (terça-feira) à noite, as forças de segurança que tinham estado a combater os talibãs durante vários dias estiveram sob forte pressão. Deixaram Faizabad e retiraram-se (para distritos próximos). Os talibãs tomaram agora a cidade. Ambos os lados sofreram pesadas perdas", disse à agência de notícias France-Presse (AFP) Zabihullah Attiq, deputado da província de Badakhshan, da qual Faizabad é a capital.

Na terça-feira, os talibãs já tinham tomado Pul-e-Khumri, capital da província setentrional de Baghlan, após vários dias de combates contra as forças de segurança, tornando-a na segunda capital provincial capturada no mesmo dia.

Os talibãs capturaram nove das 34 capitais provinciais e prosseguem a ofensiva contra o governo de Cabul, apoiado pelo Ocidente, incluindo em Lashkar Gah, em Helmand, e Kandahar, na província com o mesmo nome.

Após uma presença militar ocidental de 20 anos e biliões de dólares investidos em treino e equipamento das forças afegãs, surgem interrogações sobre o rápido insucesso das forças regulares, com algumas situações em que os soldados fugiram às centenas do campo de batalha, escreveu a agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP).

Atualmente, os combates estão a cargo de pequenos grupos de forças de elite e da força aérea afegã, ainda apoiados pela aviação norte-americana.

O sucesso da rápida ofensiva talibã tornou mais urgente a necessidade de retomar as conversações, há muito bloqueadas, e que poderão terminar com os combates e garantir no Afeganistão um executivo de transição, com participação das principais fações.

Na terça-feira, o enviado dos Estados Unidos ao Afeganistão, Zalmay Khalilzad, avisou os talibãs de que um Governo que assuma o poder pela força não obterá o reconhecimento internacional.

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