Os rebeldes talibans condenaram a decisão do Presidente norte-americano Donald Trump de suspender as negociações de paz. O grupo afegão afirmou que este cancelamento abrupto vai “prejudicar mais os Estados Unidos”. No entanto, esperam que esta decisão não seja definitiva.
Os talibans asseguraram que "não se contentarão com nada que não seja o fim da ocupação [...] e continuarão com a sua luta para alcançar este grande objetivo".
"A luta dos últimos 18 anos (...) vai continuar até que a ocupação estrangeira termine e os afegãos tenham a possibilidade de viver como escolheram", pode ler-se ainda nesse comunicado.
As negociações de paz entre os Estados Unidos e o grupo taliban estavam prestes a ser concretizadas, mas Donald Trump voltou a dar um passo atrás.
Na noite deste sábado, o Presidente dos Estados Unidos decidiu cancelar uma reunião secreta, em Camp David, com os líderes talibãs e com o Governo afegão. A decisão de Donald Trump surgiu devido ao atentado desta quinta-feira, em Cabul, reivindicado pelos rebeldes. O ataque provocou 11 vítimas mortais, incluindo um soldado norte-americano.
....an attack in Kabul that killed one of our great great soldiers, and 11 other people. I immediately cancelled the meeting and called off peace negotiations. What kind of people would kill so many in order to seemingly strengthen their bargaining position? They didn’t, they....
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 7 de setembro de 2019
Na opinião de Donald Trump, se os talibans não cumpriram um cessar-fogo durante as negociações, "provavelmente não têm autoridade" para negociar um acordo de paz.
Para os talibans este cancelamento abrupto das negociações pode levar “a mais danos para os Estados Unidos", pondo em risco a credibilidade do Governo norte-americano.
Os Estados Unidos ainda não excluíram a possibilidade de retomar as negociações. Porém, isso só acontece caso os rebeldes “mudem de atitude”.
Para já, Donald Trump “ainda não decidiu” se vai retirar os soldados norte-americanos do Afeganistão como previsto no suposto acordo estipulado por ambas as partes.
"Gostaríamos de retirar mas iremos fazê-lo na altura certa", afirmou o Presidente dos EUA, antes de seguir viagem para a Carolina do Norte.