Taiwan diz que bloqueio da China seria ato de guerra

por Lusa
Taiwan continua atento às movimentações chinesas EPA

O bloqueio de Taiwan pela República Popular da China constituiria, por si só, um "ato de guerra", afirmou o ministro da Defesa taiwanês, depois de Pequim ter encenado este cenário durante os últimos exercícios militares.

Wellington Koo afirmou, citado pela imprensa local, que o bloqueio podia ser considerado um "ato de guerra", de acordo com a definição da ONU, uma vez que, para tal, o exército chinês teria de proibir totalmente a entrada de navios e aviões em Taiwan, um território governado autonomamente desde 1949 e considerado por Pequim como uma província sua.

"Há uma diferença significativa entre as manobras militares e um bloqueio efetivo, e o impacto na comunidade internacional seria completamente diferente", observou.

O ministro lembrou que, de acordo com um relatório recente do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais dos Estados Unidos (CSIS), o transporte marítimo no estreito representou cerca de um quinto do comércio marítimo mundial em 2022.

"Se o Partido Comunista Chinês levar a cabo um bloqueio, tal como definido pelo Direito internacional, isso terá um impacto grave no comércio e na economia mundiais e a comunidade internacional não poderá ignorar tal ação", afirmou Koo.

Movimentações perigosas

As observações foram feitas nove dias depois de a China ter efetuado nova vaga de exercícios militares em torno de Taiwan, nos quais os militares chineses simularam um bloqueio dos portos e de outras áreas importantes da ilha.

Durante estes exercícios, a China utilizou um número recorde de 153 aeronaves, incluindo caças, helicópteros e veículos aéreos não tripulados ("drones"), e usou a Guarda Costeira para cercar a ilha principal de Taiwan pela primeira vez.

O Ministério da Defesa de Taiwan informou também, em comunicado, ter detetado a passagem do Liaoning, o mais antigo dos porta-aviões chineses, pelo estreito de Taiwan, na noite de terça-feira.

De acordo com o Ministério, o navio navegou na direção norte com outros navios da marinha chinesa, depois de ter passado em torno da ilha de Pratas, um território controlado por Taiwan na parte norte do mar do Sul da China.

"Atualmente, o porta-aviões dirige-se para noroeste", disse o ministro da Defesa de Taiwan, acrescentando que, após as últimas manobras da China, nas quais o Liaoning participou, as Forças Armadas de Taiwan têm acompanhado "de perto" os movimentos do porta-aviões.

 

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