Suspeito de corrupção. Guerras justificam pedido para adiar audição de Netanyahu

por Cristina Santos - RTP
Um cartaz empunhado durante uma manifestação, no último sábado, em Telavive compara o primeiro-ministro israelita ao antigo barão colombiano da droga Pablo Escobar Vassil Donev - EPA

O primeiro-ministro israelita tenta adiar o depoimento no caso de corrupção de que é alvo, alegando a atual situação de guerra. De acordo com os media de Israel, a equipa de advogados de Benjamin Netanyahu apresentou o pedido de adiamento e alega que há "grandes desenvolvimentos recentes" nas frentes militares do Estado hebraico.

A defesa garante que isso impediu Netanyahu de preparar as suas provas, por isso solicita o adiamento por dois meses e meio da audição. Isto porque “este pequeno atraso permitirá à defesa preparar-se adequadamente” para o depoimento do primeiro-ministro israelita. Os advogados garantem ainda que isso “não prejudicará o interesse público”.

Os advogados de Netanyahu estão também preocupados com a segurança do primeiro-ministro quando comparecer em tribunal.

O primeiro-ministro de Israel é acusado desde 2019 de fraude, suborno e quebra de confiança e de alegados acordos de favorecimento para receber cobertura mediática sobre ele e para a família

Em julho, o Tribunal Distrital de Jerusalém fixou o dia 2 de dezembro para que Benjamin Netanyahu comece a depor no julgamento por corrupção. Na altura, os juízes afirmaram ter tentado equilibrar as necessidades da defesa em preparar o chefe do Executivo enquanto decorre a guerra com o interesse do público em avançar com o julgamento.
Para quando o fim da guerra?
O ministro israelita dos Negócios Estrangeiros veio reiterar esta segunda-feira que o país só vai acabar com a guerra em Gaza quando os “objetivos forem atingidos”. Só então, afirmou o novo chefe da diplomacia de Israel, é que a população “do norte de Gaza” vai poder regressar a casa.

Foto: AFP

Durante uma conferência de imprensa, Gideon Saar admitiu que esteve reunido com o embaixador dos EUA e ficou confiante quanto a um entendimento sobre a entrada de ajuda na Faixa de Gaza. Quanto ao Hezbollah, o ministro assegurou que as suas capacidades estão severamente reduzidas, a maioria da capacidade de mísseis está destruída. No entanto, a guerra “ainda não acabou”.Israel afirma ter intercetado nas últimas horas um míssil do Iémen. Os bombeiros israelitas combatem incêndios na zona de Bet Shemesh, a cerca de 30 quilómetros de Jerusalém, que estarão relacionados com destroços deste projético segundo a France Presse.

Sobre a situação do Líbano, o chefe da diplomacia israelita fala em “algum progresso” rumo a um cessar-fogo.O Irão e Trump
Teerão afirma, por seu turno, que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, deveria “acabar com o genocídio” na Faixa de Gaza.

O porta-voz da diplomacia iraniana considerou, esta segunda-feira, que “os futuros líderes norte-americanos deveriam (...) pôr fim à continuação do genocídio”.

Já a Reuters cita o principal canal de notícias televisivo gerido pelo movimento Houthi do Iémen, que fala sobre diversos ataques aéreos que tiveram como alvo as províncias de Amran e Saada, a norte da capital iemenita. Os houthis alegam que os ataques foram realizados pelos EUA e pela Grã-Bretanha.
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