A atriz nova-iorquina Susan Sarandon referiu-se ao Papa Bento XVI como “esse nazi”. Foi numa entrevista durante o Festival de Cinema de Hamptons que a atriz de 65 anos expressou a sua admiração por João Paulo II, que diz ser o último Papa, para logo após lançar o epíteto contra Joseph Ratzinger.
A bomba foi largada durante uma entrevista, no último sábado, com o ator Bob Balaban, quando a também ativista dos Direitos Humanos – Sarandon, criada numa família Católica Romana, é ainda embaixadora da Boa Vontade da UNICEF desde 1999 – revelou ter enviado ao Papa uma cópia do livro que deu origem ao filme de 1995 “Dead Man Walking”, onde contracena com Sean Penn e que lhe valeu um óscar.
Bob Balaban questionou então a que Papa se referia Susan Sarandon. A resposta não podia ser mais polémica: “Ao último [João Paulo II]. Não a este nazi que temos agora”, refere o diário nova-iorquino Newsday.O Papa Bento XVI, nascido Joseph Ratzinger na Alemanha, integrou nos primeiros anos da década 1940 a Juventude Hitleriana, na altura de adesão obrigatória, admitiu o Vaticano.
Durante a Segunda Grande Guerra, o jovem Ratzinger desertou do exército. De acordo com o Papa, os seus pais rejeitaram sempre a ideologia nazi.
O calibre da resposta originou mesmo um gentil reparo de Balaban, mas isso não evitou que Sarandon repetisse a acusação.
Contactado para comentar as declarações da atriz, o seu agente não está a responder aos telefonemas dos jornalistas, de acordo com as agências de notícias.
Entretanto, a Liga Católica para os Direitos Civis e Religiosos já lamentou a “ignorância intencional” de Sarandon, qualificando as suas declarações de “blasfémia”.
A Liga Anti-Difamação – de luta contra o antissemitismo - pede à atriz que se desculpe perante a comunidade católica: “Sarandon pode ter tido os seus problemas com a Igreja Católica, mas isso não é desculpa para andar com analogias sobre o nazismo. Essas são palavras de ódio, de vingança, que apenas logram apequenar a verdade da história e o significado do Holocausto”.