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Surto de covid-19. Xangai alivia algumas das restrições

por RTP
Aly Song - Reuters

Sob um rigoroso confinamento desde o início do mês, a cidade de Xangai anunciou esta quarta-feira um ligeiro alívio das restrições, que têm provocado protestos nas ruas e nas redes sociais. Dos mais de 25 milhões de habitantes, cerca de 12 milhões foram autorizados a sair de casa e a regressar aos seus locais de trabalho. Algumas empresas, consideradas “estratégicas”, também receberam luz verde para retomar a produção.

Depois de ter sido detetado um surto de covid-19 no início de abril, os mais de 25 milhões de habitantes de Xangai foram colocados em confinamento, impedidos de trabalhar ou mesmo de sair de casa para comprar bens essenciais.

No entanto, desde a semana passada, foram levantadas algumas das restrições. Enquanto 16,3 milhões de pessoas ainda estão impedidas de sair de casa, mais de 12 milhões podem regressar aos seus locais de trabalho ou sair de casa, mas devem permanecer dentro dos limites da sua residência ou bairro. Xangai está a enfrentar o maior surto de covid-19 desde o início da pandemia, tendo reportado as três primeiras mortes na passada segunda-feira.

Esta quarta-feira foram confirmadas sete mortes na metrópole, elevando o número total para 17. As autoridades chinesas deram conta de mais 2.761 casos (3.316 no dia anterior) a nível nacional, 2.753 dos quais infetados localmente. A esmagadora maioria dos casos foi registada em Xangai (2.494).

O número de novas infeções continua, no entanto, a ser baixo em relação ao resto do mundo, mas não deixa de ser o mais alto para a China desde a primeira fase da epidemia, no início de 2020.

Impacto na economia e o desespero da população
Ao contrário de muitos países que têm optado pela coabitação com o vírus e pelo levantamento das restrições, a China continua a seguir uma política de zero covid.

Os mais de 25 milhões de habitantes da cidade chinesa estão cada vez mais exasperados pelas dificuldades de acesso aos alimentos e pelo isolamento forçado de pessoas que testaram positivo em centros de quarentena, sem condições sanitárias. Muitos têm sido também forçados a dormir no local de trabalho. O descontentamento provocou protestos nas ruas e nas redes sociais.

As medidas restritivas têm também um duro impacto na segunda maior economia do mundo, uma vez que muitas empresas foram obrigadas a encerrar. As multinacionais estão preocupadas com as consequências do confinamento nas cadeias globais de abastecimento.

Desta forma, as autoridades chinesas começaram a listar as chamadas “empresas estratégicas” nas quais a produção deve ser retomada. Mais de 600 empresas foram selecionadas para uma retoma antecipada do trabalho em Xangai.

A gigante norte-americana de carros elétricos Tesla, que tem uma grande fábrica de produção na cidade, retomou as operações na terça-feira após uma suspensão de 20 dias, segundo anunciaram os meios de comunicação locais.

O trabalho também está a ser retomado gradualmente no nordeste do país, berço da indústria automóvel, onde dezenas de milhões de chineses foram confinados nas últimas semanas.

c/ agências
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