Sudário de Turim novamente em exposição

por António Carneiro, RTP
O Arcebispo de Turim e Guardião Papal do Santo Sudário. cardeal Severino Poletto, revela a relíquia, que estará em exposição na catedral de Turim até 23 de Maio de 2010 Tonino Di Marco,EPA

A partir de sábado,10 de Abril, e durante seis semanas, o Santo Sudário vai estar em exposição ao público na catedral de Turim. Cada visitante poderá admirar durante três a cinco minutos, o objecto que muitos católicos acreditam ter sido a mortalha que envolveu o corpo de Jesus Cristo na sepultura

Até sexta-feira mais de um milhão e meio de pessoas tinham reservado a oportunidade de poder ver o pano, que é mantido dentro de uma caixa de vidro climatizada e à prova de bala .

No início do ano os organizadores do evento previam que cerca de dois milhões de visitantes afluíssem a Turim para ver a relíquia, durante o período de exposição que termina a 23 de Maio.

Esse número não inclui o papa, Bento XIV, que deverá deslocar-se até à cidade, de avião, a 2 de Maio , para rezar na presença do sudário.

Tradicionalmente o objecto só era mostrado ao público uma vez a cada 25 anos, mas recentemente os intervalos entre cada exibição têm sido mais curtos. A peça de tecido de 4.3 metros por um metro esteve em exposição em 1998 depois de um intervalo de 20 anos, e novamente em 2000 durante as celebrações do milénio.

A polémica em torno da veracidade da relíquia continua tão viva como sempre. Especialistas de vários campos não chegam a acordo entre si.

Uma análise à antiguidade do pano pelo método do carbono 14, datou alguns fragmentos do sudário como sendo do século 13 ou 14, pelo que poderia tratar-se de uma falsificação medieval. Os cientistas não explicaram como a imagem no tecido, de uma figura de barba, com feridas semelhantes às de um homem crucificado, se poderia ter formado.

Outros puseram em causa a fiabilidade destes testes, alegando que os resultados podem ter sido deformados pela contaminação ocorrida ao longo de vários séculos. Um pesquisador do Vaticano afirmava em finais do ano passado ter descoberto vestígios de escrita no linho do sudário, que  provariam que o pano teria sido realmente a mortalha de Cristo.

O anterior papa João Paulo II definiu o sudário como "um desafio à inteligência" e convidou os especialistas a estudá-lo sem preconceito, utilizando a metodologia científica, sem ferir no entanto a sensibilidade dos fiéis.

Estas instruções reflectem a posição do Vaticano que considera o sudário como um poderoso símbolo da paixão de Cristo, sem no entanto tomar nenhuma posição quanto á sua autenticidade.

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