Sudão: todos os fatores de risco indicam genocídio

por Catarina Miranda - RTP

No Sudão, um relatório do alto comissariado da ONU para os direitos humanos, refere alegações relativas ao massacre de elementos da etnia Masalit pelas Forças de Apoio Rápido e suas milícias.
O secretário-geral das Nações Unidas já tinha manifestado preocupação com a dimensão étnica da violência na região sudanesa de Darfur Ocidental.
A agência Reuters entrevistou mais de 100 pessoas no Darfur e obteve alguns relatos impressionantes.

Quase 5 milhões de pessoas tiveram que fugir de suas casas por causa do conflito no Sudão. O alerta é da Organização Internacional para Migrações, OIM.

Os principais destinos de refúgio são os países vizinhos como Egito, Líbia, Chade, República Centro-Africana, Sudão do Sul e Etiópia.

Relatos de saques, ataques a instituições públicas e ocupação de residências particulares continuam na capital Cartum, enquanto os confrontos persistem em quatro dos cinco estados de Darfur.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, relatou casos de doenças infecciosas entre populações deslocadas que buscaram abrigo em locais de difícil acesso, onde os serviços de saúde são limitados.

A agência da ONU também informou que mais de 50 unidades de saúde foram atacadas no Sudão.

Embora a OMS esteja apoiando os serviços de saúde tanto no Sudão quanto nos países vizinhos, a organização alertou que a crise da saúde afetou toda a região.

Os médicos sudaneses alertaram que os casos de cólera e dengue estão a espalhar-se devido à chegada das chuvas sazonais e ao impacto de quase seis meses de guerra num sistema de saúde que já estava em dificuldade antes do início dos combates.

As autoridades de saúde confirmaram casos de cólera pela primeira vez desde que a guerra entre fações militares rivais começou em meados de abril, afirmando que o primeiro caso foi detectado no estado de Al-Qadarif no final de agosto.
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