Composta por uma tripulação de quatro pessoas, liderada por Jared Isaacman, a missão de cinco dias da Polaris Dawn inclui, para além do passeio espacial, testes científicos, pesquisas médicas e avanços tecnológicos que prometem abrir novas fronteiras para o turismo espacial e a exploração comercial do espaço.
Primeiros civis a passear no vácuo do Espaço
Após vários adiamentos e alterações de planos, a SpaceX lançou esta terça-feira, a missão tão desejada e emblemática missão privada e comercial, Polaris Dawn. Esta é a primeira de uma série de missões comerciais planeadas em colaboração com a empresa SpaceX.
Uma missão que vai ficar na história dos voos espaciais por ser a primeira em que se vai realizar uma actividade extraveicular (EVA) espacial realizada apenas por civis, mas também por esta missão contar poder alcançar a maior distância da Terra desde as missões Apollo.
A bordo da capsula Dragon, batizada de Resilience, que foi instalada no topo de um Falcon 9, que descolou às 10h25, estão quatro tripulantes: o multimilionário Jared Isaacman, que também comandou a missão Inspiration4 em 2021, Scott Poteet, piloto e parceiro de longa data de Isaacman, e as engenheiras da SpaceX, Sarah Gillis e Anna Menon, que atuam como especialistas da missão.
Durante os cinco dias de duração, a tripulação realizará 36 experiências científicas, incluindo pesquisas médicas sobre os efeitos do espaço no corpo humano, testes de conexão de internet via raios laser no espaço e a primeira saída fora da capsula da SpaceX, realizada por astronautas comerciais.
A cápsula Dragon foi modificada para permitir uma saída para o espaço e respetivo passeio, na qual a nave será totalmente despressurizada.
O passeio EVA civil está previsto ser realizado apenas pelos astronautas Isaacman e Gillis, a uma altitude orbital a cerca de 700 quilómetros da superfície da Terra, utilizando fatos espaciais desenvolvidos pela SpaceX.
Poteet e Menon vão permanecer no interior da capsula Dragon.
Os astronautas vão sair pela escotilha superior da cápsula e estarão presos por cabos, enquanto Poteet e Menon permanecerão no interior da nave.
Cada saída tem prevista uma duração de 15 a 20 minutos. Os fatos usados nesta missão são uma evolução do modelo de Atividade Intraveicular, com maior mobilidade, visor HUD (head-up display), equipadas com câmaras avançadas no capacete e tecidos vão gerir mais eficientemente a temperatura corporal dos astronautas.
Entre as pesquisas científicas programadas, a SpaceX deu conta de que a equipa usará um sistema de ultrassons para monitorar e detectar êmbolos gasosos venosos, e recolherá dados sobre o ambiente de radiação espacial para compreender os seus efeitos nos sistemas biológicos humanos, e investigará a Síndrome Neuro-Ocular Associada ao Voo Espacial (SANS). Além disso, serão feitas recolhas de amostras biológicas para análises futuras.
De referir que os astronautas vão estar sob uma menor influência da protecção terrestre da cintura electromagnética natural da Terra [Van-Hallen], devido à deslocação da capsula a 1400 quilómetros acima da superfície terrestre.
Reveja aqui o lançamento da missão Polaris Dawn:
Um lançamento sem falhas, após vários adiamentos
O Falcon 9 que transportou os quatro elementos, a bordo da capsula Resilence, realizou com sucesso a separação do propulsor principal, que pousou intacto de volta à Terra às 10h32, permitindo sua reutilização em futuras missões.
Após a separação, a cápsula Crew Dragon foi levada a uma altitude planeada de 1.400 quilómetros, muito além dos 400 km da Estação Espacial Internacional.
A missão, que partiu do histórico Complexo de Lançamento 39A no Kennedy Space Center, na Flórida, representa um passo importante para o desenvolvimento de futuras missões espaciais comerciais.
Acompanhe aqui a cápsula Resilience: