O Espaço de concertação das Organizações da Sociedade Civil acusou hoje o Presidente da Guiné-Bissau de pretender adiar as eleições legislativas marcadas para 24 de novembro com o que classifica de "pseudo iniciativa de diálogo".
O movimento que junta 30 organizações guineenses da sociedade civil expressou hoje, em comunicado, que "rejeita e denuncia vigorosamente, a pseudo iniciativa de diálogo que visa tão simplesmente adiar `sine die´ as eleições.
As organizações referem-se aos pedidos de diálogo feitos por outros movimentos ultimamente e à auscultação que o Presidente Umaro Sissoco Embaló tem feito às forças políticas guineenses, a menos de um mês da data marcada para o ato eleitoral.
A iniciativa, consideram, tem como propósito "selar os interesses políticos inconfessos e absolutamente alheios às aspirações do povo guineense", assim como "adiar o direito soberano" dos cidadãos de decidirem sobre o seu futuro através de eleições.
O Espaço de Concertação das Organizações da Sociedade Civil exige "a rápida devolução da palavra ao povo guineense" e alerta para o que classifica como "a situação explosiva".
Aponta em concreto "a degradação" de serviços básicos, órgãos de soberania "sequestrados e amordaçados", a "confiscação de direitos" como manifestação e a insegurança alimentar, sobretudo das populações das zonas rurais.
O Presidente da República da Guiné-Bissau dissolveu a Assembleia Nacional Popular em dezembro de 2023 e substituiu por um Governo de iniciativa presidencial o executivo da maioria PAI- Terra Ranka, coligação liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
O chefe de Estado marcou novas eleições legislativas para 24 de novembro, mas, a menos de um mês da data, ainda não foram confirmadas as candidaturas pelo tribunal, nem está no terreno a logística necessária ao processo eleitoral.
Questionado frequentemente sobre o assunto, o Presidente diz que as eleições são responsabilidade do Governo, que ainda não se pronunciou sobre o processo.