O balanço do número de vítimas mortais foi atualizado este sábado pelo ministro do Ambiente e da Terra de Moçambique. O anterior balanço era de 293 mortos. A ajuda continua entretanto a chegar a Moçambique. O segundo avião C-130 da Força Aérea Portuguesa com apoio português às operações de socorro já chegou à cidade da Beira.
De acordo com o ministro responsável pelas operações na Beira, o mais recente balanço aponta para 417 mortos, 1528 feridos e 89000 pessoas salvas e recolhidas nos centros de acolhimento.
No total, o ciclone Idai terá provocado a morte a 732 pessoas, a maioria em Moçambique. No Zimbábue estão registados 259 mortos e o Malawi há registo de 56 vítimas mortais.
O aumento do número de vítimas mortais já tinha sido admitido pelo primeiro-ministro de Moçambique, que admitiu que o número de mortos vai continuar a aumentar. Carlos Agostinho do Rosário diz que a situação é catastrófica, enquanto as operações de busca e resgate ainda decorrem.
Mais de uma semana depois da passagem do ciclone Idai, há quase 90 mil pessoas em centros de acolhimento, mas são muitas mais as que precisam de apoio humanitário.
A UNICEF calcula que há um milhão e 800 mil pessoas a necessitar de ajuda urgente. Novecentas mil são crianças.
A UNICEF calcula que há um milhão e 800 mil pessoas a necessitar de ajuda urgente. Novecentas mil são crianças.
Ajuda portuguesa reforçada
Uma semana depois da passagem do ciclone Idai, a ajuda internacional continua a chegar. O segundo avião da Força Aérea Portuguesa aterrou este sábado na cidade da Beira pelas 10h30 (08h30 em Lisboa).
O avião transporta uma equipa avançada de peritos da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), elementos da Força Especial de Bombeiros, da Guarda Nacional Republicana (GIPS e binómios de busca e socorro), do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da EDP.
Chegou também esta manhã ao mesmo aeroporto da Beira um avião comercial
fretado pelo Estado português com uma força operacional conjunta da
ANPC, com valências nas áreas de busca, salvamento, proteção e socorro
em situações de emergência complexas.
À chegada a Moçambique, foi feito um pedido expresso por parte da diretora do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades de Moçambique, Augusta Mauíta, para que os meios portugueses tentem montar com o máximo de brevidade possível tendas de campanha. Isto porque os centros de acolhimento que estão a funcionar neste momento têm poucas ou nenhumas condições de habitabilidade e isso está a preocupar as autoridades.
O envio dos dois C-130 foi anunciado ao início da noite de quarta-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal (MNE) e o primeiro aterrou na sexta-feira.
No primeiro avião, além dos 35 militares, seguiram uma equipa cinotécnica (homem e cão) da GNR, numa operação coordenada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil.
Portugueses por localizar
O secretário de Estado das Comunidades diz que a prioridade do Governo é chegar a estes portugueses. Há uma equipa no terreno que já conseguiu a identificação de várias dezenas de cidadãos.
Operações de resgate prosseguem
Da Índia chegaram três navios que estão atracados na Beira e de onde projectam operações de resgate. Os enviados da RTP acompanharam uma operação de resgate que retirou 30 pessoas.
Em Búzi não há espaços para as pessoas se refugiarem perante a elevada altura da água, conforme explica a correspondente da RTP em Moçambique, Ângela Chin.
Graça Machel, ativista moçambicana, e Henrietta Fore, diretora executiva da UNICEF, apelaram este sábado para que seja fornecida ainda mais ajuda, frisando a necessidade de meios aéreos que consigam alcançar as regiões onde as vias terrestres estão inundadas.
Lembraram ainda que, quando as águas começarem a baixar e o calor aumentar, será elevada a probabilidade de eclodirem doenças como a cólera ou a malária, às quais as crianças são mais suscetíveis.
Lembraram ainda que, quando as águas começarem a baixar e o calor aumentar, será elevada a probabilidade de eclodirem doenças como a cólera ou a malária, às quais as crianças são mais suscetíveis.