"Situação extremamente perigosa". Paulo Rangel sublinha preocupação de Portugal com Médio Oriente
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, alertou esta segunda-feira para a situação "extremamente perigosa" que se vive no Médio Oriente com o agravar do conflito entre Israel e a guerrilha xiita do Hezbollah a partir do Líbano.
Portugal considera "altamente preocupante" a escalada que se vive entre o Líbano, Israel e a Palestina, "no fundo no Médio Oriente", afirmou.
Frisando que o Hezbollah é uma organização "terrorista, não há como não o
dizer", Paulo Rangel considerou igualmente "condenável" a atuação de
Israel nos colonatos na Cisjordânia, lembrando que esta é uma crítica
feita por Portugal internacionalmente há muito tempo.
Sobre o eventual regresso dos portugueses atualmente naquela área do globo, "no Líbano, em Israel, alguns na Palestina, outros na Jordânia", o ministro português garantiu que os Negócios Estrangeiros mantêm contactos regulares com todos, "com os nossos embaixadores, com os nossos diplomatas, em concertação com a União Europeia".
"Aqueles que quiserem regressar têm sempre soluções para regressar", afirmou. "Tudo isso está devidamente preparado para o caso de ser necessário".
"O apelo que eu faço é a todos os outros", acrescentou, lembrando avisos feitos desde abril para os portugueses "não viajarem para esta região exceto em caso de estrita necessidade". O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal está em Nova Iorque, para a Assembleia Geral das Nações Unidas e na Cimeira do Futuro da ONU.
Sobre o conflito em curso no Médio Oriente, "a posição de Portugal é muito clara", referiu ainda Paulo Rangel.
"Israel tem direito à sua legítima defesa, mas claramente nos últimos meses tem havido um excesso", criticou.
Já quanto à Palestina, Portugal nas Nações Unidas votou "a favor da Autoridade Palestiniana ou da Palestina ser membro integral" e votou "favoravelmente" uma resolução apresentada pela Palestina no Tribunal Internacional de Justiça, frisou o líder da diplomacia portuguesa.
Já quanto à Palestina, Portugal nas Nações Unidas votou "a favor da Autoridade Palestiniana ou da Palestina ser membro integral" e votou "favoravelmente" uma resolução apresentada pela Palestina no Tribunal Internacional de Justiça, frisou o líder da diplomacia portuguesa.
Ainda o navio
Questionado pela RTP sobre o impacto nas relações bilaterais do caso do navio de pavilhão português carregado com explosivos destinados a Israel e a recusa de autorização de uso do espaço aéreo português por parte de um aparelho carregado com armas destinadas a Telavive, o responsável pela diplomacia portuguesa mostrou-se tranquilo
"Tenho falado recorrentemente com a Palestina, falei também
recentemente com o ministro de Israel, e nenhum mencionou estes pontos,
nenhum deles", afiançou.
Paulo Rangel voltou também a frisar os contornos jurídicos "complicados" que rodeiam a questão do navio e a lembrar que Portugal foi o primeiro país a "proibir a exportação de armas para Israel".
"Nós
não temos nenhum problema em fazer uma proibição", afirmou. "Se
tivessemos não tínhamos proibido a exportação de armas nem o sobrevoo",
lembrou, uma decisão que "não foi inédita" e que já tinha ocorrido noutros momentos de escalada na região.
O ministro negou por isso que tais questões tenham causado desconforto e Portugal. "Não, sinceramente, não", afiançou.