Uma organização de defesa de Direitos Humanos revelou na segunda-feira ter encontrado uma vala comum com os restos mortais de pelo menos 100 mil pessoas que morreram às mãos do regime. Uma estimativa "muito, muito conservadora", segundo indicou Mouaz Moustaf, chefe da Task Force de Emergência da Síria.
A Task Force de Emergência da Síria, uma organização de defesa de Direitos Humanos com sede nos Estados Unidos, adiantou no início da semana que identificou uma vala comum às portas de Damasco com pelo menos 100 mil corpos de pessoas que foram mortas pelo Governo do antigo presidente sírio, Bashar al-Assad.
Em entrevista à agência Reuters, Mouaz Moustafa, responsável desta organização, revelou que a vala comum foi encontrada em Al Qutayfah, a 40 quilómetros da capital da Síria, Damasco. Acrescentou ainda que esta foi a quinta vala comum que identificou no país ao longo dos últimos anos.
“Cem mil é a estimativa mais conservadora. (…) É uma estimativa muito, mesmo extremamente, quase injustamente conservadora”, afirmou o responsável sobre o número de corpos que deverão estar no local.
Estima-se que várias centenas de milhares de sírios tenham morrido às mãos do regime desde 2011, ano em que estalou a guerra civil no país.
Várias organizações de defesa de Direitos Humanos e governos acusam Bashar Al-Assad e o pai, Hafez Al-Assad, de ter recorrido a execuções extrajudiciais generalizadas, incluindo tortura e execuções em massa dentro das próprias prisões.
Destaque para a prisão de Sednaya, que tem feito manchetes nos últimos dias, à medida que se conhecem mais pormenores sobre as execuções e tortura com a recente libertação de prisioneiros.