Síria. Paris e Londres exigem reunião urgente do Conselho de Segurança

por RTP
Reuters

A França e o Reino Unido exigiram uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para debater o fracasso da tentativa de instaurar um cessar-fogo temporário na Síria, indicaram hoje diplomatas.

O Conselho de Segurança deverá reunir-se na quarta-feira, quando prossegue o assalto das forças governamentais sírias e dos seus aliados russos e iranianos contra o enclave rebelde de Ghouta oriental, apesar das tréguas de 30 dias aprovadas por unanimidade pelo Conselho de Segurança no dia 24 de fevereiro.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) disse que segunda-feira foi o dia mais sangrento em Ghouta oriental, nos arredores de Damasco, desde que o cessar-fogo foi aprovado na ONU.

O número de mortos nos bombardeamentos da aviação e da artilharia das forças governamentais atingiu os 80, enquanto os feridos ascenderam a 300, segundo ativistas que denunciaram um alegado ataque químico contra o feudo rebelde.

Um comboio humanitário que entrou no enclave na segunda-feira para distribuir ajuda alimentar e médica teve de abreviar a sua missão devido a bombardeamentos na zona de Douma.

Segundo a última atualização feita pelo OSDH, pelo menos 800 civis foram mortos na região de Ghouta oriental, entre os quais 177 crianças, desde 18 de fevereiro quando começou a ofensiva em curso das forças do regime.

Dezanove civis foram mortos esta terça-feira, de acordo com o OSDH. Os bombardeamentos não cessaram, inclusivamente durante o período de cinco horas (7h00-12h00) da trégua decretada por Moscovo.

"A trégua de (presidente russo, Vladimir) Putin acabou, pois os bombardeamentos não pararam", afirmou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane, à agência France Presse.

Na segunda-feira, um comboio humanitário que entrou na área para distribuir alimentos e medicamentos teve de abreviar a sua missão devido a bombardeamentos na zona de Douma.

Nesta grande cidade de Ghouta oriental domina a paisagem da destruição, segundo um correspondente da AFP.

Paralelamente à ofensiva aérea, o regime intensificou as operações terrestres na última semana e em alguns dias as forças governamentais recuperaram cerca de 40% do enclave, no leste e sudeste, posicionando-se a cerca de dois quilómetros de Douma, segundo o OSDH.

 

c/Lusa

 

 

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