Síria condena "escalada injustificada" após novos ataques israelitas

por Inês Moreira Santos - RTP
Firas Makdesi - Reuters

Durante a noite e madrugada desta quinta-feira, Israel atacou infraestruturas militares em Damasco e perto da cidade síria de Hama. Ataques que o Governo sírio condenou veemente, classificando-os como uma "escalada injustificada".

As forças israelitas intensificaram os ataques aéreos na Síria na última noite, alegando que esta ofensiva serve de aviso aos novos governantes em Damasco. Israel acusou ainda os aliados na Turquia de tentarem transformar a Síria num protetorado turco.

De acordo com o ministro israelita da Defesa, Israel Katz, estes ataques aéreos foram “uma mensagem clara e um aviso para o futuro: não permitiremos que a segurança do Estado de Israel seja prejudicada”.

Num comunicado, as Forças de Defesa de Israel (FDI) referiram que atacaram, durante a noite, "capacidades militares que permaneciam nas bases sírias de Hama e T4 (próximo da capital Damasco), para além de outros restantes locais de infraestruturas militares na zona de Damasco".

"As FDI continuarão a operar para remover qualquer ameaça aos civis israelitas"
, garantiram.

Alertando para a influência turca na Síria, o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Gideon Saar, acusou Ancara de desempenhar um “papel negativo” no território, no Líbano e em outras regiões.

“Eles [Turquia] estão a fazer o máximo para ter a Síria como um protetorado turco. Está claro que essa é a intenção deles”, afirmou em conferência de imprensa em Paris.

A Síria condenou os ataques israelitas que atingiram todo o país como uma "violação flagrante" da soberania e mataram pelo menos 13 pessoas. De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, Israel atingiu cinco áreas distintas em apenas 30 minutos, destruindo quase completamente a base aérea de Hama.

"Essa escalada injustificada é uma tentativa deliberada de desestabilizar a Síria e agravar o sofrimento do povo"
, denunciou o ministério numa publicação no Telegram.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) disse que as vítimas eram homens locais armados que foram mortos "quando procuravam confrontar as forças israelitas”.

Israel lançou centenas de ataques a instalações militares desde que os rebeldes islamitas depuseram o presidente sírio, Bashar al-Assad, do poder, no passado dezembro, dizendo que o objetivo era impedir que armas e material de guerra caísse nas mãos das novas autoridades, que Israel considera constituídas por jihadistas. Nos dias seguintes à queda de Bashar al-Assad, o OSDH reportou ataques israelitas contra o centro de investigação de Barzeh.

E já no mês passado, Israel disse ter atacado a base militar T4 por duas vezes.
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