O "califado territorial" do grupo islamita Estado Islâmico (ISIS) foi "derrotado" na Síria e a campanha contra ele entrou numa "nova fase", justificou a porta-voz da Casa Branca, ao anunciar esta quarta-feira planos para fazer regressar tropas estacionadas naquele país.
"Estas vitórias sobre o ISIS na Síria não assinalam o fim da Coligação Global ou da sua campanha. Iniciámos o regresso a casa das tropas norte-americanas à medida que transitamos para a próxima fase desta campanha", disse Sarah Sanders, num comunicado.
Os Estados Unidos têm cerca de dois mil soldados na Síria.
We have defeated ISIS in Syria, my only reason for being there during the Trump Presidency.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 19 de dezembro de 2018
O Presidente, Donald Trump, já tinha antecipado estas declarações, quando afirmou na rede Twitter que os EUA tinham vencido o ISIS na Síria, "a minha única razão para ali estar durante a Presidência Trump".
A decisão terá sido tomada depois de um telefonema entre o Presidente Donald
Trump e o seu homólogo turco, Reccep Tayyip Erdogan, na sexta-feira
passada.
"Tudo o que se seguiu é a implantação do acordo celebrado nesse telefonema", revelou uma fonte oficial da Administração à Agência Reuters, sem ser identificado.
"Tudo o que se seguiu é a implantação do acordo celebrado nesse telefonema", revelou uma fonte oficial da Administração à Agência Reuters, sem ser identificado.
Esta fonte afirmou que todo o pessoal do Departamento de Estado dos EUA será retirado da Síria nas próximas 24h.
O mesmo responsável confirmou que os Estados Unidos planeiam retirar as suas forças militares mal as últimas fases operacionais contra o Estado Islâmico se concretizem.
A retirada das tropas deverá decorrer entre 60 e 100 dias, acrescentrou.
O mesmo responsável confirmou que os Estados Unidos planeiam retirar as suas forças militares mal as últimas fases operacionais contra o Estado Islâmico se concretizem.
A retirada das tropas deverá decorrer entre 60 e 100 dias, acrescentrou.
O Pentágono confirmou que está a preparar a retirada mas recusou fornecer mais detalhes por questões de segurança.
Israel vai "saber defender-se"
A notícia foi recebida em Israel sem surpresa.
Através de um comunicado, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu revelou que, nos últimos dois dias, manteve contacto com Donald Trump e o Secretário de Estado dos EUA, com quem debateu a retirada.
"Disseram claramente que têm outros meios de ter influência na região", referiu Netanyahu.
"Iremos estudar o calendário, como se irá processar e claro, as implicações para nós. De qualquer forma, iremos garantir a manutenção da segurança de Israel e proteger-nos nesta arena", acrescentou o primeiro-ministro israelita.
Já a Rússia, num comunicado do seu Ministério dos Negócios Estrangeiros difundido pela agência oficial TASS, considerou que a retirada americana abre perspetivas para a resolução da crise síria.
De acordo com a TASS, o Ministério afirma também que a inicitiva de formar um comité constitucional sírio tem um futuro brilhante com a retirada das tropas dos EUA.
Críticas internas e britânicas
Mal soube da decisão, o deputado britânico Tobias Ellwood, membro do Ministério da Defesa, tweetou a sua discordância quanto à derrota do Estado Islâmico afirmada pelo Presidente norte-americano.
"Discordo firmemente", escreveu Ellwood. O Estado Islâmico "tem-se metamorfoseado noutras formas de extremismo e a ameça mantem-se bem viva", escreveu.
Também o senador republicano Lindsey Graham, habitual defensor do Presidente, criticou a decisão de retirar tropas, afirmando que é "um erro" e prevendo vários cenários graves.
Uma retirada americana nesta altura seria "uma grande vitória para o ISIS, para o Irão, para Bashar al-Assad da Síria e para a Rússia", afirmou.
"Receio que leve a consequências devastadoras para a nossa nação, a região, e para todo o mundo", acrescentou Graham numa declaração.
"Será mais difícil recrutar futuros parceiros dispostos a confrontar o Islão radical", referiu. "O Irão e outros maus atores irão vê-la como um sinal da fraqueza americana no esforço para conter a expansão iraniana", disse ainda.
Uma retirada americana nesta altura seria "uma grande vitória para o ISIS, para o Irão, para Bashar al-Assad da Síria e para a Rússia", afirmou.
"Receio que leve a consequências devastadoras para a nossa nação, a região, e para todo o mundo", acrescentou Graham numa declaração.
"Será mais difícil recrutar futuros parceiros dispostos a confrontar o Islão radical", referiu. "O Irão e outros maus atores irão vê-la como um sinal da fraqueza americana no esforço para conter a expansão iraniana", disse ainda.
Lindsey Graham é um coronel da Força Aérea aposentado, que seguiu advocacia e depois a carreira política, tendo sido eleito senador da Carolina do Norte.
É tido como defensor das Forças Armadas e da liderança dos Estados Unidos no mundo global. Defende ainda acordos com os democratas em várias frentes, desde o aquecimento global à reforma da lei de imigração.