Síndrome de Havana detetado na embaixada dos EUA na Colômbia

por Cristina Sambado - RTP
Nathalia Angarita - Reuters

As autoridades norte-americanas estão a investigar eventuais casos da síndrome de Havana na embaixada em Bogotá, dias antes da visita do secretário de Estado, Antony Blinken, à Colômbia.

Mais de uma dúzia de funcionários da embaixada reportam sintomas semelhantes à síndrome de Havana; vertigens súbitas, náuseas, dores de cabeça e no pescoço e falta de concentração.

Alguns tiveram de ser retirados da Colômbia, incluindo uma família com um menor, afirmou uma fonte do Departamento de Estado à CNN. Os norte-americanos afetados pela doença, a maioria funcionários da CIA, descrevem um som intenso e doloroso nos ouvidos. Alguns, dos cerca de 200, ficaram com tonturas e fadiga durante meses.

Na terça-feira o jornal norte-americano Wall Street Journal revelou, pela primeira vez, e-mails enviados pelo embaixador norte-americano em Havana, Philip Goldberg, que confirmam uma “série de problemas de saúde inexplicáveis” ou UHLs- o termo usado para a síndrome de Havana pelo Governo dos Estados Unidos – desde meados de setembro.

O Presidente colombiano, Iván Duque, afirmou ao New York Times que o seu país está a investigar a situação, frisando que os EUA estão a chefiar o inquérito.

Na passada sexta-feira, foram também reportados casos da síndrome de Havana na embaixada norte-americana em Berlim.

Em agosto, a vice-Presidente Kamala Harris adiou numa viagem ao Vietname depois de dois funcionários norte-americanos terem sido retirados do país após adoecerem. Na altura, não foi confirmado se se tratava, ou não, de casos da síndrome de Havana. Joe Biden, que já afirmou que quer encontrar a causa e o responsável pela doença, assinou uma lei que autoriza as chefias da CIA e do Departamento de Estado a fornecer compensação financeira aos funcionários do Governo dos EUA que sejam afetados pela síndrome.

À BBC, um funcionário do Departamento de Estado recusou-se a confirmar os relatórios. Acrescentando, em comunicado, que “estamos a investigar rigorosamente os relatos de AHLs onde quer que sejam reportados” e a “trabalhar ativamente para identificar a causa desses incidentes atribuídos a um estrangeiro”.
A síndrome de Havana
A síndrome de Havana foi notícia entre 2016 e 2017, quando funcionários da embaixada dos Estados Unidos na capital cubana começaram a apresentar um estranho conjunto de sintomas e sinais clínicos.

A situação levou ao encerramento quase total da embaixada, dois anos após a reabertura durante a Administração de Barack Obama, numa tentativa de reaproximação com o Governo de Raúl Castro.

Na altura, as autoridades norte-americanas aconselharam os cidadãos a não viajar para Cuba e suspenderam a emissão de vistos na embaixada em Havana.
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