Um sindicato dos trabalhadores consulares acusou hoje a cônsul-geral em Genebra, Suíça, de "perseguir e humilhar funcionários" através de práticas "de assédio", declarou o secretário-geral do sindicato, Alexandre Vieira, à Lusa.
Segundo Alexandre Vieira, do Sindicato dos Trabalhadores Consulares, das Missões Diplomáticas e dos Serviços Centrais do Ministério dos Negócios Estrangeiros (STCDE), "o ambiente laboral no consulado suíço em Genebra não é apropriado e, efetivamente, existem também utentes queixosos em relação à cônsul-geral".
De acordo com a fonte sindical, os funcionários são alvo de ofensas e intimidações verbais pela cônsul-geral, que, segundo Alexandre Vieira, está no cargo há cerca de um ano e meio.
"A situação é insustentável e está à beira da rutura, num ambiente intimidativo, hostil, degradante, humilhante e desestabilizador", referiu.
O sindicato, devido às queixas apresentadas pelos funcionários, "requereu, em 23 de abril, a abertura de procedimento disciplinar junto da Inspeção Geral Diplomática e Consular e participação dos (...) factos ao Ministério Público", referiu.
O Secretário de Estado para as Comunidades Portuguesas, José Cesário, vai à Suíça, de 08 a 10 de maio, e está prevista a sua passagem pelo consulado, indicou, informação confirmada à Lusa pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).
"Se a situação não for resolvida, o sindicato marcará uma greve para aquele posto consular", declarou Alexandre Vieira.
O MNE, questionado pela Lusa, declarou ter "conhecimento desta denúncia, que está a acompanhar de perto", adiantando que "tem mecanismos próprios para agir e reagir perante estes casos".
"Confirmamos que deu entrada a queixa na Inspeção Geral Diplomática e Consular, que seguirá agora os trâmites normais", frisou o MNE à Lusa.