O primeiro-ministro israelita, Ariel Sharon, reúne-se quarta-feira com o chefe dos serviços secretos egípcios, general Omar Suleimane, anunciou hoje a televisão pública.
Este encontro, não previsto, será consagrado às "dificuldades" surgidas entre israelitas e palestinianos que se traduziram no adiamento, por Israel, da transferência para os palestinianos do controlo de quatro cidades da Cisjordânia, acrescentou a televisão.
Este adiamento foi decidido na sequência de ataques com granadas de morteiro contra colonatos judeus da Faixa de Gaza, perpetrados por islamistas radicais do Hamas.
O mesmo general egípcio reuniu-se hoje no Cairo com o chefe da Jihad islâmica, Ramadan Abdallah Challah, indicou Mohammad al-Hindi, um dos dirigentes deste movimento palestiniano na Faixa de Gaza.
As discussões incidiram sobre o "período de acalmia" obtido pelo presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, na sequência de discussões com grupos radicais palestinianos para obter o fim dos ataques anti-israelitas, acrescentou el Hindi.
Chalah evocou também a possibilidade de a Jihad islâmica integrar as instâncias da Organização de Libertação da Palestina (OLP), prosseguiu este responsável.
Israel adiou hoje `sine die` a transferência para os palestinianos de quatro cidades da Cisjordânia, na sequência de ataques com morteiros perpetradas pelo Hamas depois da morte, em circunstâncias controversas, de uma menina palestiniana na Faixa de Gaza.
Os palestinianos preparavam-se para assumir hoje o controlo de Ramallah, Kalkiliya, Jericó e Tulkarem. Mas o ministro da Defesa israelita, Shaul Mofaz, adiou a aplicação desta medida, indicou o chefe dos negociadores palestinianos, o ministro Saeb Erakat.
"Mofaz e (o ex-ministro palestiniano delegado para a Segurança Mohamed) Dahlane não conseguiram pôr-se de acordo (segunda-feira à noite) e decidiram adiar o dossier para outras negociações, que decorrerão após o regresso de Washington de Dov Weisglass", conselheiro político do primeiro-ministro israelita Ariel Sharon, precisou Erakat.
Mofaz e Dahlane vão reunir-se de novo quarta ou quinta-feira, sublinhou Erakat.
Mofaz fez saber que a transferência da segurança para cidades da Cisjordânia seria função do fim dos tiros de foguetes e de granadas de morteiro contra os colonatos israelitas da Faixa de Gaza.
"Por agora os palestinianos não conduziram operações ofensivas para impedir estes ataques terroristas e enquanto não o fizeram será difícil avançar", afirmou o ministro na televisão.
Num outro desenvolvimento, os palestinianos da Faixa de Gaza foram autorizados hoje, pela primeira vez em sete semanas, a passar a fronteira com o Egipto, indicaram testemunhas.
A passagem rodoviária de Rafah tinha sido reaberta a 21 de Janeiro unicamente para os palestinianos que se dirigem do Egipto para a Faixa de Gaza e não no sentido inverso.
A reabertura do terminal segue-se a uma reunião de segurança israelo-palestiniana.
Segundo um comunicado militar israelita, a decisão de reabrir o terminal de Rafah foi tomada "no quadro das medidas destinadas a aliviar as restrições impostas à população palestiniana".