Shalit libertado após cativeiro de cinco anos e quatro meses

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Lisboa, 18 out (Lusa) -- O soldado israelita Gilad Shalit foi hoje libertado, depois de cinco anos e cerca de quatro meses refém na faixa de Gaza.

O acordo entre Israel e o movimento radical Hamas, através de mediação egípcia, que permitiu a sua libertação em troca de um milhar de presos palestinianos foi divulgado no passado dia 11.

Shalit tinha 19 anos quando foi capturado a 25 de junho de 2006 junto à faixa de Gaza por um comando palestiniano que integrava elementos de três grupos armados, incluindo o braço armado do movimento radical Hamas, as brigadas Ezzedine al-Qassam.

Israel decretou um bloqueio à faixa de Gaza, que reforçou um ano depois quando o Hamas assumiu o controlo do território ao afastar as forças da Fatah, o partido do presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas.

A Cruz Vermelha nunca foi autorizada a visitar Shalit e foram muito raros os contactos deste com o exterior. A família recebeu uma terceira carta em junho de 2008 e em setembro de 2009 o Hamas divulgou um DVD que mostrava o soldado, em troca da libertação de perto de 20 palestinianas que estavam em prisões israelitas.

No outono de 2009, a libertação de Gilad Shalit parecia próxima, após negociações indiretas entre Israel e o Hamas, através do Egito e de um mediador alemão, que previam a troca do soldado por um milhar de presos palestinianos.

Mas as negociações fracassaram devido a desacordo quanto à identidade dos presos e ao local onde poderiam viver. Israel recusou libertar na Cisjordânia presos envolvidos em ataques.

Em 2010, a família de Shalit montou uma tenda junto à residência do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, em Jerusalém, num protesto que prometeu manter até à sua libertação.

No passado dia 12, um dia depois de ter sido anunciado o acordo entre Israel e o Hamas para a libertação do seu filho Noam e Aviva Shalit deixaram o local do protesto para regressarem a casa, na cidade de Mitzpe Hila (norte).

Segundo o "site" do diário israelita Haaretz, Aviva Shalit agradeceu ao governo de Netanyahu por ter aprovado o acordo, que disse ser "uma decisão corajosa".

Os pais do soldado, que também tem nacionalidade francesa, foram recebidos no mesmo dia pelo presidente Shimon Peres, que elogiou a forma "digna" como lutaram pela libertação de Gilad Shalit.

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