Morreu o soldado norte-coreano feito prisioneiro pelo exército ucraniano, diz Seul
Um soldado norte-coreano feito prisioneiro pelas forças ucranianas, depois de ter sido destacado para combater do lado da Rússia, morreu na sequência dos ferimentos sofridos, informou o serviço secreto sul-coreano esta sexta-feira.
"Foi confirmado, através de uma agência de informação aliada, que o soldado norte-coreano capturado vivo a 26 de dezembro morreu devido ao agravamento dos ferimentos", afirmou o serviço secreto em comunicado.
A confirmação de Seul surgiu depois de o portal ucraniano Militarnyi ter noticiado na quinta-feira a captura, pelas forças ucranianas, de um soldado norte-coreano durante uma operação na região de Kursk, na linha da frente ocidental da Rússia.
Esta foi a primeira captura de um soldado norte-coreano pela Ucrânia desde que Kiev e o Ocidente denunciaram o envolvimento de tropas de Pyongyang no conflito.
O portal de notícias Militarnyi citou uma foto partilhada na plataforma de mensagens Telegram onde um soldado, possivelmente asiático e de aparência emaciada, é visto a ser transportado por soldados ucranianos, cuja identidade foi ocultada.
"O grupo de forças especiais realizou uma operação para destruir o inimigo no setor de Kursk. Além da conclusão bem-sucedida da tarefa, houve também troféus: prisioneiros, incluindo um mercenário norte-coreano, e um veículo blindado", referiu o portal ucraniano.
Três mil soldados norte-coreanos mortos
Também na quinta-feira, os serviços de informações militares da Ucrânia disseram que as tropas norte-coreanas aliadas de Moscovo estão a sofrer pesadas perdas nos combates na região fronteiriça russa de Kursk e enfrentam dificuldades logísticas como resultado dos ataques ucranianos.
As autoridades de Kiev reivindicam que os ataques conduzidos perto de Novoivanovka estão a infligir pesadas baixas às unidades norte-coreanas, acrescentando que estas também estão a enfrentar problemas de abastecimento e de acesso a água potável.
No início da semana, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já tinha avançado que três mil soldados norte-coreanos foram mortos e feridos nos combates na região de Kursk.
As forças ucranianas, que enfrentam a invasão russa desde fevereiro de 2022, contra-atacaram em agosto passado e invadiram a região russa de Kursk, junto à fronteira, mantendo ainda o controlo sobre parte da região.
A Rússia tem desde então tentado expulsar o exército ucraniano, mas ainda não o conseguiu fazer na totalidade, apesar de ter recebido a ajuda de soldados enviados pela Coreia do Norte nos últimos meses.
c/ Lusa