O governo da Coreia do Sul anunciou sanções unilaterais contra uma empresa e 15 norte-coreanos ligados a crimes cibernéticos, através dos quais Pyongyang alegadamente obtém fundos para programas de armas de destruição maciça.
Os 15 homens alvos de sanções estão todos ligados ao Gabinete Geral 313 do Departamento da Indústria de Munições da Coreia do Norte, que já está sujeito a sanções da ONU, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros sul-coreano.
O Ministério indicou, em comunicado, acreditar que os norte-coreanos operam no estrangeiro, realizando atividades cibernéticas ilegais, como o roubo de criptomoedas, para capturar moeda estrangeira para financiar o programa nuclear e de mísseis do regime de Kim Jong-un.
A Coreia do Sul adicionou também a empresa Chosun Kum Jong Economics Information Technology Exchange à lista de entidades alvo de sanções económicas que vão entrar em vigor na próxima segunda-feira.
De que se suspeita
O Ministério disse acreditar que a empresa envia trabalhadores do setor das tecnologias de informação para o estrangeiro, principalmente para a China e outros países da Ásia, para canalizar fundos obtidos pelo regime através do cibercrime.
Na terça-feira, as polícias do Japão e dos Estados Unidos acusaram um grupo de piratas informáticos da Coreia do Norte de roubar criptomoedas no valor de quase 300 milhões de euros, num ataque contra a bolsa japonesa DMM Bitcoin.
Na semana passada, a empresa norte-americana Chainalysis, que analisa o setor das criptomoedas, disse que piratas informáticos ligados à Coreia do Norte roubaram cerca de 1,34 mil milhões de dólares (1,29 mil milhões de euros) de plataformas de moeda eletrónica em 47 ciberataques diferentes este ano, um número recorde para Pyongyang.
O programa de guerra cibernética da Coreia do Norte remonta, pelo menos, a meados da década de 1990.