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Sete viaturas incendiadas em ataque de desconhecidos no centro de Moçambique

por Lusa

 

 Pelo menos sete viaturas foram incendiadas esta manhã por seis indivíduos não identificados, em Maringue, província de Sofala, centro de Moçambique, disse a polícia, que investiga o incidente, numa antiga zona de confrontos com a Renamo.

"Na manhã de hoje, por volta das 06:00 [menos uma hora de Lisboa], no distrito de Maringue, no troço entre Nhamapaza e Caia, tivemos o registo desta ocorrência, em que seis indivíduos até então não identificados teriam intercetado duas viaturas de transporte de mercadorias, onde mandaram parar os condutores e de seguida incendiaram as mesmas", disse o comandante da Polícia da República de Moçambique em Sofala, Ernesto Madungue.

O incidente, sem registo de vítimas, ocorreu ao longo da Estrada Nacional 1 (N1), quando os seis indivíduos intercetaram os dois camiões, ateando-lhes fogo, resultando no incêndio, no total, de sete viaturas.

A polícia moçambicana garantiu a retoma da circulação naquele local e afirmou estar a investigar o incidente, ocorrido numa área que foi palco, entre 2013 e 2015, de ataques regulares a veículos durante os confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), entretanto desarmada na sequência do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR).

Questionado pelos jornalistas, o comandante provincial da polícia disse que "é prematuro" atribuir o ataque a homens armados da Renamo, prometendo novas declarações após a investigação.

"Vamos deixar que as equipas que estão no terreno possam trabalhar. O que podemos na verdade referir é que se trata de indivíduos com faixa etária de 55 a 60 e tal anos de idade", disse Ernesto Madungue.

O processo de DDR, iniciado em 2018 no âmbito do acordo de paz entre as partes, abrange 5.221 antigos guerrilheiros da Renamo, dos quais 257 mulheres, e terminou em junho de 2023, com o encerramento da base de Vunduzi, a última da Renamo, localizada no distrito de Gorongosa, província central de Sofala.

O Acordo Geral de Paz de 1992 colocou fim a uma guerra de 16 anos, opondo o exército governamental e a guerrilha da Renamo. Foi assinado em Roma, entre o então Presidente, Joaquim Chissano, e Afonso Dhlakama, líder histórico da Renamo, que morreu em maio de 2018.

Em 2013 sucederam-se outros confrontos entre as partes, que duraram 17 meses e só pararam com a assinatura, em 05 de setembro de 2014, do Acordo de Cessação das Hostilidades Militares, entre Dhlakama e o antigo chefe de Estado Armando Guebuza.

Em 01 de agosto de 2019 foi assinado na Gorongosa o Acordo de Cessação Definitiva das Hostilidades Militares, entre o Governo do Presidente, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade.

Cinco dias depois, em Maputo, foi assinado o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, que está atualmente a ser implementado.

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