Serviços de segurança britânicos confirmam ataques cibernéticos da China

por RTP
Reuters

Os serviços de segurança do Reino Unido revelaram ter descoberto dois ataques cibernéticos por parte de hackers apoiados por Pequim. Os ataques tiveram como alvo instituições e políticos críticos do regime chinês. Estima-se que também tenha havido acesso ilegítimo a dados pessoais de 40 milhões de eleitores.

Os serviços de segurança acreditam que os responsáveis pelos ataques - descobertos antes de comprometer os sistemas informáticos britânicos - são duas pessoas e uma empresa ligadas ao grupo chinês APT31. Tanto os indivíduos como a empresa foram entretanto alvos de sanções do Reino Unido.

Quando o governo de Rishi Sunak já sofreu acusações de reagir tardiamente a estas ameaças, o ministro-adjunto do primeiro-ministro garantiu em declarações ao Parlamento que os ataques foram infrutíferos: “O Reino Unido não vai tolerar atividade cibernética maliciosa que tem como alvo as nossas instituições democráticas. É uma prioridade para o governo britânico proteger os nossos sistemas e valores democráticos”, afirmou Oliver Dowden.

“Espero que esta declaração ajude a tomar consciência de como os políticos e todos os envolvidos no processo democrático estão a ser tornados alvos por parte de operações cibernéticas apoiadas por outros Estados. Vamos continuar com a nossa atividade, responsabilizando o governo chinês pelas suas ações”, continuou Dowden.

De acordo com o Guardian, Oliver Dowden explicou também que os ataques aconteceram em 2021 e 2022 e que desde então o Reino Unido melhorou muito a sua ação contra este tipo de ações. Em resposta foi criado um grupo para combater este tipo de ações hostis exteriores.

Um parlamentar especialista em assuntos que envolvem Pequim acusou o governo de ter sido demasiado lento a responder, tendo sido confirmado que o ataque de 2022 atingiu 43 pessoas.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido já terá abordado a questão com o homónimo chinês. David Cameron avisou Wang Yi que esta situação não é aceitável.

É inaceitável que empresas e pessoas ligadas ao Estado chinês tenham atacado as nossas instituições democráticas e processos políticos. Apesar de estas tentativas de interferir na democracia britânica não terem tido sucesso, permanecemos vigilantes e resilientes contras as ameaças que enfrentamos”, explicou.

“Vamos defender-nos sempre daqueles que tentam ameaçar a nossa liberdade e valores da democracia”, concluiu David Cameron, acrescentando que é importante que outros parceiros percebam o tipo de ameaças que as “nossas democracias enfrentam”.
Tópicos
PUB