Os serviços de segurança do Reino Unido revelaram ter descoberto dois ataques cibernéticos por parte de hackers apoiados por Pequim. Os ataques tiveram como alvo instituições e políticos críticos do regime chinês. Estima-se que também tenha havido acesso ilegítimo a dados pessoais de 40 milhões de eleitores.
Quando o governo de Rishi Sunak já sofreu acusações de reagir tardiamente a estas ameaças, o ministro-adjunto do primeiro-ministro garantiu em declarações ao Parlamento que os ataques foram infrutíferos: “O Reino Unido não vai tolerar atividade cibernética maliciosa que tem como alvo as nossas instituições democráticas. É uma prioridade para o governo britânico proteger os nossos sistemas e valores democráticos”, afirmou Oliver Dowden.
“Espero que esta declaração ajude a tomar consciência de como os políticos e todos os envolvidos no processo democrático estão a ser tornados alvos por parte de operações cibernéticas apoiadas por outros Estados. Vamos continuar com a nossa atividade, responsabilizando o governo chinês pelas suas ações”, continuou Dowden.
De acordo com o Guardian, Oliver Dowden explicou também que os ataques aconteceram em 2021 e 2022 e que desde então o Reino Unido melhorou muito a sua ação contra este tipo de ações. Em resposta foi criado um grupo para combater este tipo de ações hostis exteriores.
Um parlamentar especialista em assuntos que envolvem Pequim acusou o governo de ter sido demasiado lento a responder, tendo sido confirmado que o ataque de 2022 atingiu 43 pessoas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido já terá abordado a questão com o homónimo chinês. David Cameron avisou Wang Yi que esta situação não é aceitável.
“É inaceitável que empresas e pessoas ligadas ao Estado chinês tenham atacado as nossas instituições democráticas e processos políticos. Apesar de estas tentativas de interferir na democracia britânica não terem tido sucesso, permanecemos vigilantes e resilientes contras as ameaças que enfrentamos”, explicou.
“Vamos defender-nos sempre daqueles que tentam ameaçar a nossa liberdade e valores da democracia”, concluiu David Cameron, acrescentando que é importante que outros parceiros percebam o tipo de ameaças que as “nossas democracias enfrentam”.