"Serei o presidente de todos". Presidente eleito de Moçambique apela à "não-violência" e lamenta "declínio do país"

por Rachel Mestre Mesquita - RTP
Alfredo Zuniga- AFP

Face à escalada da violência no país, o presidente moçambicano eleito, Daniel Chapo, apelou esta sexta-feira à "não-violência" e "à unidade" em Moçambique e prometeu que, após a sua tomada de posse em meados de janeiro, será o "presidente de todos", num comunicado de imprensa, citado pela agência France Presse (AFP).

A Frelimo está no poder há meio século em Moçambique e a vitória nas eleições presidenciais de 9 de outubro, confirmada esta segunda-feira pela mais alta instância judicial do país, confirma que o partido irá continuar a governar o país africano por mais cinco anos. O Conselho Constitucional de Moçambique confirmou esta segunda-feira que Daniel Chapo tinha vencido as eleições presidenciais com 65,17% dos votos, contra os quase 71% anunciados em outubro

Face aos apelos da oposição, liderada por Venâncio Mondlane, que denuncia fraudes e uma eleição "roubada", o país tem assistido a uma escalada da violência nos últimos dois meses, marcados por manifestações, greves e bloqueios que já causaram a morte a pelo menos 261 pessoas, dos quais 134 desde o início da semana, de acordo com um relatório da ONG Plataforma Decide.
Violência conduz a declínio do país
Num comunicado de imprensa, o presidente eleito de Moçambique, Daniel Chapo, comentou esta sexta-feira os desenvolvimentos dos últimos dias, lamentando a "violência, a destruição de bens públicos e privados, a morte de coincidadãos", assim como "a obstrução de estradas, as pilhagens, os saques os roubos" que aconteceram na última semana em várias cidades moçambicanas. 
Entre as zonas mais afetadas incluem-se a capital, Maputo, bem como as regiões de Matola e Beira, no centro, e Nampula, no norte do país.

Daniel Chapo lamentou também o impacto da violência na economia e nas empresas do país:  "Estes atos só contribuem para o declínio do país e para o aumento do número de moçambicanos a caminho do desemprego e da miséria", afirmou o governante moçambicano, acrescentando que "em breve estaremos a trabalhar em conjunto para encontrar soluções para os problemas gerados por esta triste situação”.
Homenagem às forças de defesa e segurança
O candidato da Frelimo manifestou a sua "gratidão" para com os cidadãos que estão a tentar ajudar as autoridades para possibilitar um regresso à normalidade e prestou uma homenagem "às forças de defesa e segurança" que se distinguiram ao "atenuar os efeitos nefastos desta polarização política”, recordando os profissionais que perderam a vida nos últimos dias.

O presidente eleito prometeu ainda a todos os concidadãos, independentemente das suas "preferências políticas" que será "o presidente de todos (os moçambicanos)" e que fará "tudo para renovar Moçambique em conjunto".

c/agências
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