O Senado norte-americano autorizou o reinício de um programa controverso de armas nucleares que permitirá ao exército atacar "bunkers" ou instalações subterrâneas, nomeadamente se suspeitar que armazenam armas de destruição em massa.
Por 53 votos contra 43, os senadores inviabilizaram sexta- feira uma alteração apresentada pela senadora democrata da Califórnia Dianne Feinstein, que visava proibir a utilização de fundos governamentais para estudos de viabilidade do Robust Nuclear Earth Penetrator, a bomba anti-bunker susceptível de perfurar as rochas mais duras.
Este voto do Senado vai permitir aos grandes laboratórios de investigação nuclear beneficiarem de cerca de quatro milhões de dólares (3,7 milhões de euros) para o ano fiscal 2006 para continuar os seus trabalhos sobre este tipo de bomba, uma actividade interrompida em 2004 após intensas críticas tanto internacionais como internas.
Esta decisão do Senado ocorre igualmente em vésperas da abertura da cimeira do G8 na Escócia, no decurso da qual as questões da proliferação nuclear vão ser discutidas.
Dianne Feinstein sublinhara que, de acordo com dados disponíveis dos peritos, esta iniciativa da nova bomba trará o risco de maior contaminação radioactiva e de numerosas mortes.
A senadora democrata sublinhara igualmente que o desenvolvimento de tal programa tornaria mais difícil ainda para os Estados Unidos persuadir países como o Irão ou a Coreia do Norte a renunciarem às suas próprias ambições nucleares.
"Por natureza, tais políticas incentivam os outros países a desenvolver os seus armamentos nucleares pondo assim vidas de norte- americanos em perigo e ameaçando o nosso interesse nacional de segurança", comentou Feinstein.
A administração Bush e particularmente o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, já haviam exprimido um enorme interesse por tal tipo de arma nuclear.
Os estudos apontam para a possibilidade de converter duas ogivas nucleares existentes, as B61 e B83, em bombas anti-bunker, segundo responsáveis da administração Bush.