A Ucrânia celebra esta quarta-feira o Dia da Independência. A data coincide com a marca dos seis meses da invasão russa, desencadeada a 24 de fevereiro. Ao assinalar a efeméride, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reiterou que o país vai defender-se "até ao fim".
Nos últimos seis meses, a guerra semeou a destruição em solo ucraniano. Desencadeou um movimento de assistência militar, por parte do Ocidente, que perfaz largos milhões de dólares e euros em material de guerra enviado às tropas da Ucrânia. O Dia da Independência da Ucrânia será igualmente celebrado em cidades europeias como Lisboa e Berlim, onde terá lugar uma “marcha pela liberdade”.
Segundo dados coligidos pelas Nações Unidas, morreram, desde o final de fevereiro, mais de 5.500 civis. Contudo, o número real deverá ser muito superior.
No domínio das infraestruturas, a Escola de Economia de Kiev calculou em 113.500 milhões de dólares, o equivalente a mais de 114 mil milhões de euros, os danos causados pelo conflito.
Alvo de pacotes de sanções sem precedentes, a Rússia de Vladimir Putin permanece apostada em levar por diante uma guerra de desgaste. Na terça-feira, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, antevia já um inverno difícil.
"Até ao fim"
Num discurso à nação, por ocasião do Dia da Independência, o presidente ucraniano renovou a promessa de um combate "até ao fim" e sem "qualquer concessão ou compromisso" contra os ocupantes russos.
"Aguentámos bem durante seis meses. É duro, mas cerrámos fileiras e batemo-nos pelo nosso destino", clamou Volodymyr Zelensky."O inimigo acreditava que seria acolhido com flores e champanhe. Recebeu coroas mortuárias e cocktails Molotov. Esperava ovações, mas ouve explosões", atirou Zelensky.
"Para nós, a Ucrânia é a Ucrânia inteira. Todas as 25 regiões, sem qualquer concessão ou compromisso", insistiu o chefe de Estado, para reiterar o objetivo de reaver o Donbass, no leste do país, região sob controlo de separatistas pró-russos desde 2014, assim como a Crimeia, anexada no mesmo ano pela Rússia.
"O Donbass é a Ucrânia. E vamos recuperá-lo de qualquer forma. A Crimeia é a Ucrânia. E vamos recuperá-la de qualquer forma", acentuou.
"O que é para nós o fim da guerra? Antes dizíamos a paz. Agora dizemos a vitória. Não vamos procurar entendimentos com os terroristas", afirmou ainda o presidente da Ucrânia, referindo-se ao Kremlin.
Ministro português dos Negócios Estrangeiros em Kiev
Em Kiev, para as cerimónias do Dia da Independência da Ucrânia, está o ministro português dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho. Cravinho reuniu-se entretanto com o homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, depois de ter sido cancelada uma deslocação a um memorial dedicado aos defensores da Ucrânia.
Em declarações exclusivas à RTP, o chefe da diplomacia ucraniana disse que "é sempre um prazer receber amigos" e agradeceu o apoio de Portugal. A visita ao Muro Memorial dos Defensores Caídos estava prevista para as 11h00 (9h00 em Lisboa) e foi cancelada sem que fossem indicados motivos. Todavia, pelas 10h40, hora local, ecoou em Kiev o alarme de ameaça de ataque aéreo.
"É uma honra estar em Kiev neste dia de grande simbolismo, em que se celebram os 31 da independência que a Rússia procurou esmagar", escreveu João Gomes Cravinho no Twitter.
"Trago de Portugal uma mensagem de solidariedade, e de apoio político, militar, financeiro e humanitário", acrescentou.
c/ agências
Ministro português dos Negócios Estrangeiros em Kiev
Em Kiev, para as cerimónias do Dia da Independência da Ucrânia, está o ministro português dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho. Cravinho reuniu-se entretanto com o homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, depois de ter sido cancelada uma deslocação a um memorial dedicado aos defensores da Ucrânia.
Em declarações exclusivas à RTP, o chefe da diplomacia ucraniana disse que "é sempre um prazer receber amigos" e agradeceu o apoio de Portugal. A visita ao Muro Memorial dos Defensores Caídos estava prevista para as 11h00 (9h00 em Lisboa) e foi cancelada sem que fossem indicados motivos. Todavia, pelas 10h40, hora local, ecoou em Kiev o alarme de ameaça de ataque aéreo.
"É uma honra estar em Kiev neste dia de grande simbolismo, em que se celebram os 31 da independência que a Rússia procurou esmagar", escreveu João Gomes Cravinho no Twitter.
Honoured to be in Kyiv on this day that celebrates the 31 anniversary of Ukraine’s independence, which Russia sought and failed to crush. I bring a message of solidarity, and of political, military, financial and humanitarian support. 🇵🇹🤝🇺🇦 https://t.co/TFugxy8USD
— João Cravinho (@JoaoCravinho) August 24, 2022
"Trago de Portugal uma mensagem de solidariedade, e de apoio político, militar, financeiro e humanitário", acrescentou.
c/ agências
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