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Segurança reforçada no Capitólio devido a rumores de novo ataque

por RTP
Desde o ataque de 6 de janeiro a área em torno do Capitólio tem estado vedada e vigiada por membros da Guarda Nacional Reuters

A polícia do Capitólio, responsável pela segurança do Congresso dos Estados Unidos da América, reforçou a segurança devido a "informações preocupantes" quanto a um novo ataque de milícias dia 4 de março, com ligações a uma teoria de conspiração.

Três aeroportos de Washington DC e as estações de comboios foram colocados sob vigilância acrescida, para garantir a movimentação segura dos congressistas, e as férias e folgas dos agentes foram canceladas. Desde o ataque de 6 de janeiro a área em torno do Capitólio tem estado vedada e vigiada por membros da Guarda Nacional, cujos números foram agora reforçados por agentes da segurança do Congresso.

A ameaça parece estar ligada a crenças que circulam no movimento QAnon, as quais estarão a dar origem a conversas em meios digitais que as forças de segurança da câmara legislativa dos EUA e o FBI decidiram levar a sério.

De acordo com a teoria da QAnon, o dia 4 de março - de 1793 até 1933 o dia da inauguração de um novo Presidente dos EUA - será o dia do regresso de Donald Trump ao poder e o início da perseguição e detenção em massa dos membros do Partido Democrata. A purga irá incluir ainda jornalistas e celebridades, que o movimento afirma serem membros de uma cabala secreta de abusadores de crianças.

No final de fevereiro, um responsável do FBI afirmou que a organização federal de investigação e segurança interna dos EUA estava a acompanhar conversas entre grupos de extrema-direita sobre uma nova ação esta quinta-feira.

O assunto foi debatido na semana passada no Comité dos Serviços Armados, com o seu presidente, Adam Smith, Representante de Washington, a dizer que a ideia de um novo ataque ao Capitólio estava "a circular online".

Smith referiu que cerca de cinco mil membros da Guarda Nacional iriam permanecer na capital norte-americana no início de março, para prevenir quaisquer eventualidades.
Precaução
Em circular interna, o responsável pelo protocolo do Congresso, Timothy Blodget, disse esta terça-feira que o seu gabinete estava "a colaborar estreitamente com a Polícia do Capitólio para acompanhar informações relativas ao dia 4 de março, sobre possíveis ações de protesto e manifestações em torno do que alguns têm descrito como o verdadeiro dia da inauguração", referiu a NBC News. A polícia do Capitólio confirmou apenas estar "ao corrente de informações preocupantes sobre o dia 4 de março", sem fornecer mais dados.


"Com base nas informações recebidas, o Departamento tomou medidas imediatas para aumentar a nossa postura securitária e pessoal durante alguns dias, incluindo 4 de março", confirmou a agência responsável pela segurança do Congresso, numa publicação na rede social Twiter.


O agravamento das medidas de segurança é encarado como uma medida de precaução, uma vez que Blodget garantiu que "a polícia do Capitólio não tem indicações da existência de grupos a caminho de Washington para protestar ou cometer atos violentos".

Fontes anónimas afirmaram contudo à imprensa norte-americana que o alerta, recebido terça-feira, mencionava especificamente a Three Percenters, considerada uma das principais milícias envolvidas no ataque ao Capitólio, no início de janeiro.
O QAnon
A própria Forbes anunciou que o Hotel Trump Internacional em Washington D.C. estava a aumentar as diárias na ordem dos 180 por cento, em preparação para a inauguração marcada para 3-4 de março, numa aparente referência à teoria de conspiração da QAnon. Os quartos mais baratos do hotel requerem agora 1.331 dólares por noite, quase três vezes a média habitual do mês de março.O movimento QAnon foi formado há cerca de 50 anos por opositores radicais ao pagamento de impostos e defende que o último Presidente legítimo dos Estados Unidos da América foi Ulysses S.Grant, inaugurado a 4 de março de 1869.

O movimento de cidadãos soberanos é responsável por agregar e desenvolver inúmeras teorias de conspiração e de perseguição postas a circular entre os norte-americanos nas últimas décadas.

Há informações de que, após o ataque de seis de janeiro ao Capitólio, muitos apoiantes da extrema-direita estarão a antagonizar o movimento e que até apoiantes do QAnon estarão a questiona-lo.

Vários dos líderes do ataque ao Capitólio já detidos e acusados são considerados membros do QAnon.
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