Os serviços secretos espanhóis alertaram as autoridades alemãs de que o ex-presidente do Governo Regional da Catalunha Carles Puigdemont, detido hoje junto à fronteira com a Dinamarca, poderia estar naquele país, noticia o semanário Focus.
Citado pela agência de notícias espanhola EFE, o semanário conta que o departamento espanhol, denominado Sirena, alertou a polícia federal criminal alemã dessa possibilidade.
Segundo um porta-voz da polícia citado pela EFE, Puigdemont foi detido numa autoestrada alemã pelas 11:00 locais (cerca de 10:00 em Lisboa). O jornal El Pais diz que a detenção ocorreu no estado de Schleswig-Holstein, o único que faz fronteira com a Dinamarca.
A detenção de Carles Puigdemont ocorreu na sequência de um mandado de detenção europeu e internacional emitido pelo Supremo Tribunal espanhol.
Ainda de acordo com a EEF, a procuradoria-geral espanhola está a realizar "intensas negociações" com o Ministério Público alemão e a Eurojust (organismo europeu que se dedica à coordenação e cooperação judicial entre Estados-membro) com o objetivo de disponibilizar toda a documentação e material necessários para tornar eficaz os mandados de detenção contra o antigo presidente catalão.
O Supremo Tribunal espanhol decidiu na sexta-feira aplicar prisão efetiva sem fiança a cinco políticos independentistas catalães, acusados de delito de rebelião, no quadro da tentativa de criação de uma república independente na Catalunha.
Carles Puigdemont, ex-presidente da Generalitat, refugiado há alguns meses na Bélgica, deslocou-se nos últimos dias a Helsínquia para dar uma conferência, uma deslocação destinada a internacionalizar o processo independentista da Catalunha.
O juiz do Supremo Tribunal espanhol Pablo Llarena emitiu também mandados de detenção europeus e internacionais contra seis dirigentes independentistas pelo seu papel na tentativa de secessão da Catalunha, entre os quais Carles Puigdemont.
Segundo o deputado finlandês Mikko Kärnä, Puigdemont deixou Helsínquia na sexta-feira à noite.