Secretário do Tesouro dos EUA minimiza queda da dívida pública

por Lusa
Scott Bessent minimizou a recente venda de títulos norte-americanos no mercado de obrigações Jim Lo Scalzo - EPA

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, minimizou a recente venda de títulos norte-americanos no mercado de obrigações, rejeitando especulação de que estados estrangeiros estariam a desfazer-se da dívida pública do país.

"Não creio que haja 'dumping'" por parte dos investidores estrangeiros, disse Bessent, numa entrevista à emissora Bloomberg Television na segunda-feira, durante uma visita a Buenos Aires.

Na semana passada, os títulos do Tesouro a 10 e 30 anos registaram a maior queda semanal desde 2001, a par de uma descida do dólar - algo que participantes no mercado destacaram como um sinal de diminuição da confiança internacional nos ativos norte-americanos.

Na interpretação de Bessent, é principalmente um movimento de desalavancagem. "Não tenho provas de que sejam os soberanos" os responsáveis pela queda, disse.

"Estamos muito longe" da necessidade de tomar medidas, afirmou, ainda, Bessent. Mas "temos um grande conjunto de ferramentas que podemos utilizar" se for caso disso, acrescentou.

Incluído nesse conjunto de ferramentas está o programa de recompra de títulos antigos por parte do Departamento do Tesouro, disse Bessent. "Poderíamos aumentar as recompras se quiséssemos", sublinhou

Melhoria da liquidez dos títulos começou em 2024

Em 2024, o Tesouro norte-americano iniciou o primeiro programa de recompra regular desde 2002, para melhorar a liquidez dos títulos mais antigos, que são transacionados com menos frequência do que os mais recentes.

Em episódios anteriores de intervenção oficial no mercado, a Reserva Federal foi o principal ator, comprando grandes volumes de dívida no mercado secundário.

Questionado sobre se, na última reunião semanal com o presidente da Reserva Federal (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, houve alguma discussão sobre o mercado de títulos do Tesouro, Bessent disse: "Especificamente, discutimos algum tipo de quebra de interesse? Penso que estamos muito longe disso".

O secretário do Tesouro rejeitou igualmente receios de que a queda simultânea dos títulos do Tesouro e do dólar possa significar que os Estados Unidos estão a perder o seu estatuto de refúgio. "Ainda somos uma moeda de reserva global" e ainda existe uma "política de dólar forte", disse.

Bessent visitou a Argentina, onde se reuniu com o Presidente Javier Milei, para mostrar o apoio dos EUA ao país, que recebeu uma nova ronda de financiamento do Fundo Monetário Internacional na semana passada.

 

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