A ilha de Santa Maria, nos Açores, vai receber em 2027 a aterragem do primeiro voo do `Space Rider´, o futuro veículo não tripulado da Agência Espacial Europeia (ESA), anunciou hoje o presidente da Agência Espacial Portuguesa.
"Estamos aqui já num novo momento. O voo inaugural do `Space Rider´, o primeiro voo, vai aterrar em Santa Maria em 2027. Temos dois anos para começar a fazer as infraestruturas e para preparar-nos exatamente para isso", afirmou Ricardo Conde.
O responsável falava à margem da inauguração da sede da Agência Espacial Portugal em Santa Maria, um investimento de cerca de 1,3 milhões de euros suportado pelo Governo Regional dos Açores.
Segundo a ESA, o `Space Rider´ permitirá à Europa ter um transporte viável para operações espaciais para e do espaço, garantindo à indústria europeia a "capacidade de abrir novos mercados".
O diretor dos programas de voo da ESA também avançou que a ilha açoriana, pelas características que apresenta, foi considerada a "solução preferida" da agência europeia para receber a aterragem do `Space Rider´ em 2027.
"Estamos a trabalhar nisso e precisamos de ter o acordo final para ter a certeza que vai acontecer", adiantou Stefano Bianchi, ao adiantar que a ilha necessita ainda de algumas infraestruturas, mas que isso "não é um grande problema".
"Em particular para receber o `Space Rider´, as infraestruturas são as mesmas que podem ser reusadas para pequenos lançamentos", afirmou.
Sobre Santa Maria, com cerca de 5.500 habitantes, Ricardo Conde salientou que a presença da Agência Espacial Portuguesa não se limita ao porto espacial, "mas sim a capacidades que complementam variadíssimas atividades" ligadas ao setor espacial.
O acesso ao espaço, habitualmente designado como porto espacial, é uma dessas componentes, referiu o presidente da Portugal Space, ao adiantar que, no âmbito da diversificação de capacidades, está a ser construído um centro tecnológico espacial que vai servir também para os voos de retorno.
Este investimento "é importante pelas possibilidades que se abrem de tornar Santa Maria, os Açores e Portugal numa resposta à Europa no retorno de missões espaciais", alegou Ricardo Conde.