As Forças de Defesa de Israel confirmaram este sábado que os seus aviões de combate” bombardearam “alvos militares” no oeste do Iémen, região controlada pelos houthis. Isto depois de estes rebeldes apoiados pelo Irão terem reivindicado o ataque com um drone que, na véspera, fez uma vítima mortal em Telavive.
“O sangue de cidadãos israelitas tem um preço”, acrescentou o ministro israelita da Defesa para deixar vincado que esta postura ficou “claramente demonstrada no Líbano, em Gaza, no Iémen e noutros locais”.“Se eles ousarem atacar-nos, o resultado será o mesmo”, ameaçou Yoav Gallant.
O governante israelita havia já assinalado, após o ataque de sexta-feira no centro de Telavive, que os rebeldes iemenitas apoiados pelo Irão poderiam esperar represálias a breve trecho.
“Como demonstrámos até agora, desta vez o sistema de defesa e segurança fará uma vez mais pagar de forma decisiva e de surpresa quem quer que tente fazer mal a Israel ou envie terroristas contra nós”, escrevera Gallant no X.Ao cabo de meses de ações contra navios ao largo do Iémen, no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, os houthis, aliados do movimento radical palestiniano Hamas, ameaçaram tornar Telavive um “alvo principal”.
Logo após fortes explosões ouvidas em Hodeida, o Ministério da Saúde houthi veio apontar o dedo a Israel.
“Os ataques do inimigo israelita contra as instalações de armazenamento de petróleo no porto de Hodeida”, indicou aquele órgão, provocaram mortos e feridos. Porém, o número de vítimas não foi concretizado. As operações dos houthis no Mar Vermelho e no Golfo de Aden levaram à escalada dos custos dos seguros, obrigando muitas companhias marítimas a optar pela navegação no extremo meridional de África.
No final de 2023, os Estados Unidos encabeçaram uma força multinacional para proteger a navegação mercante. A partir de janeiro deste ano desencadearam, com o apoio de meios navais britânicos, vários ataques contra os houthis em território iemenita.
"Cessar-fogo incondicional"
O ministro português dos Negócios Estrangeiros enfatizou, na tarde deste sábado, que Lisboa está a seguir com preocupação a escalada no Médio Oriente, em particular a degradação do quadro humanitário na Faixa de Gaza. Foto: Rui Minderico - Lusa
"Já há muito tempo que o Governo português foi muito claro a dizer que defende um cessar-fogo incondicional. Evidentemente que Israel tem direito à legítima defesa, evidentemente que é fundamental a libertação dos reféns, mas a situação humanitária que existe agora não é compatível com mais esperas", sinalizou.
Paulo Rangel deixou a garantia de que este será um tema sobre a mesa na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia agendada para segunda-feira.
c/ agências