Rússia volta a atingir energia. Milhares sem eletricidade no centro e no nordeste da Ucrânia

por Carlos Santos Neves - RTP
A Força Aérea da Ucrânia deu ainda conta de ataques em Kiev, onde os sistemas de defesa abateram 12 drones Gleb Garanich - Reuters

A máquina de guerra russa lançou, a coberto da noite, uma nova barragem de drones sobre instalações da operadora elétrica ucraniana em Poltava, região do centro do país, Sumi, no nordeste, e Chernihiv, no norte. Ao início da tarde deste sábado, milhares de pessoas continuavam privadas de energia.

Em Poltava, perto de quatro mil pessoas permaneciam sem energia elétrica e outras 700 sem água, de acordo com a Administração Regional Militar.

O governador de Chernihiv, Vyacheslav Chaus, confirmou na plataforma de mensagens Telegram que as forças russas visaram, naquela região, infraestruturas energéticas, mas não precisou o impacto para a população.

Também no Telegram, a operadora Ukrenergo adiantou que a maioria dos consumidores viu já restabelecido o abastecimento de energia. Contudo, prosseguem trabalhos destinados a repor de emergência a eletricidade para milhares de pessoas.A Rússia disparou ao todo, durante a noite de sexta-feira para sábado, três mísseis balísticos, um míssil de cruzeiro e pelo menos 16 drones Shahed, de produção iraniana.


Em simultâneo, a Rússia bombardeou infraestruturas ferroviárias em Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, ferindo pelo menos quatro funcionários, segundo indicou a empresa Ukrzaliznytsia.

A Força Aérea da Ucrânia deu ainda conta de ataques em Kiev, onde os sistemas de defesa abateram 12 drones.

Foi entretanto atualizado para quatro o número de vítimas mortais do ataque russo de sexta-feira contra uma zona residencial de Mikolaiv, no sul do país - o autarca local, Oleksandr Sienkovich, adiantou que um homem morreu no hospital em consequência do ataque, que provocou ainda a morte de um menor e ferimentos a 14 pessoas, entre as quais quatro crianças.

"Todos os dias a Rússia prova com o seu terror que a pressão não é suficiente. Esta destruição de vidas tem de acabar. São necessárias novas soluções para apoiar a nossa defesa. A Rússia deve sentir o poder do mundo", escreveu no X o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Antiga deputada assassinada
Este sábado foi também conhecida a notícia da morte de Iryna Farion, antiga deputada da Ucrânia conhecida pela defesa da língua ucraniana. Foi baleada na rua por um desconhecido.A antiga parlamentar nacionalista de 60 anos foi atingida na sexta-feira em Lviv, no oeste da Ucrânia, tendo sido transportada ainda com vida para um hospital. Mas acabou por sucumbir aos ferimentos.

"Estão a ser usadas todas as câmaras de vigilância disponíveis, estão a ser efetuadas entrevistas a testemunhas e vários distritos estão a ser analisados. Todas as pistas estão a ser investigadas, incluindo a que leva à Rússia", afirmou Zelensky no Telegram.

"Todas as forças necessárias da Polícia Nacional da Ucrânia e do Serviço de Segurança da Ucrânia foram destacadas para procurar o criminoso", acrescentou.

Iryna Farion ocupou um assento no Parlamento ucraniano de 2012 a 2014. Enquanto deputada, mostrou-se crítica dos membros russófonos do Batalhão Azov, que defendeu a cidade portuária de Mariupol no início da invasão russa, em fevereiro de 2022.

As autoridades ucranianas estão a seguir a pista de uma possível "animosidade pessoal" contra a antiga deputada, sinalizou, por sua vez, o ministro ucraniano da Administração Interna, Ihor Klymenko.

c/ agências

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