O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu esta segunda-feira a independência dos territórios separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia. A União Europeia e os Estados Unidos estão já a preparar sanções. Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos.
O chefe do Estado ucraniano garantiu ainda que, face à Federação Russa, "não tem medo de nada nem de ninguém".
Washington continuará os seus esforços diplomáticos "enquanto os tanques russos não estiverem em movimento", disse aos jornalistas o alto funcionário, citado pela agência AFP, escusando-se a precisar quais manobras militares podem ser qualificadas como uma invasão.
Os Estados Unidos prometeram uma resposta "firme" e "rápida" ao reconhecimento de Moscovo da independência das regiões separatistas na Ucrânia, ameaçando uma resposta firme em caso de escalada.
As manobras de Vladimir Putin "contradizem diretamente o suposto compromisso da Rússia com a diplomacia", criticou o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.
Em resposta ao reconhecimento de Moscovo, o presidente Biden emitiu uma ordem executiva que proíbe qualquer novo investimento, comércio ou financiamento por pessoas dos EUA para, de ou dentro das regiões pró-russas de Donetsk e Luhansk.
Os observadores da OSCE registaram mais de 3.200 violações das tréguas declaradas nas províncias separatistas ucranianas do leste, anunciou a organização num comunicado publicado segunda-feira à noite em Portugal.
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, anunciou esta segunda-feira que o país está a trabalhar com os seus aliados na aplicação de sanções à Rússia.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas vai reunir de emergência na madrugada de terça-feira a partir das 2h00, para discutir a situação na Ucrânia, a pedido de Kiev, Estados Unidos, México e cinco países europeus.
Os Estados Unidos ordenaram aos seus funcionários do Departamento de Estado que saíssem da Ucrânia devido à escalada de tensões na região.
“A embaixada já se tinha mudado de Kiev para a cidade de Lviv. Agora, vão mudar-se para a Polónia”, avançou a Bloomberg.
O primeiro-ministro britânico falou esta noite com o presidente ucraniano para discutir a deterioração da situação dentro e ao redor da Ucrânia.
Boris Johnson mostrou a sua profunda preocupação com os recentes desenvolvimentos na região. O primeiro-ministro disse ao presidente Zelenskiy que acreditava que uma invasão era uma possibilidade real nas próximas horas e dias.
O chefe do governo britânico condenou fortemente a decisão do Kremlin de reconhecer Luhansk e Donetsk como estados independentes, e disse que a medida tornou os acordos e o processo de Minsk impraticáveis.
Acrescentou ainda que o Reino Unido está ao lado dos aliados europeus nas medidas a tomar. O Reino Unido irá abordar o assunto, nos próximos dias, nas reuniões de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas e na Organização para Segurança e Cooperação na Europa.
Fonte de Downing Street disse ainda à RTP que o primeiro-ministro britânico presidirá a uma reunião de emergência às 06h30 de terça-feira para discutir os últimos desenvolvimentos na Ucrânia e coordenar a resposta do Reino Unido, incluindo o acordo de um pacote significativo de sanções a ser introduzido imediatamente.
Nesta reunião estarão os ministros da Defesa, a ministra dos Negócios Estrangeiros, o ministro das Finanças e altas chefias militares.
A Ucrânia solicitou hoje uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas face "às ações ilegais da Rússia", depois do Presidente russo, Vladimir Putin, ter reconhecido a independência das regiões separatistas ucranianas.
"A Ucrânia solicitou uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas devido às ações ilegais da Rússia. Já enviamos o pedido ao Conselho", anunciou no Twitter o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba.
Ukraine has requested an urgent meeting of the United Nations Security Council due to Russia’s illegal actions. We have already sent the request to the Council.
— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) February 21, 2022
Marcelo Rebelo de Sousa reagiu esta noite à decisão russa, afirmando que a posição de Portugal, tal como a da União Europeia, é de “total solidariedade relativamente à Ucrânia”.
“Estar neste momento a falar do amanhã parece prematuro. Amanhã se falará do amanhã. Queria, em qualquer caso, ter presente os muitos e muitas ucranianos e ucranianas que vivem em Portugal e, naturalmente, dizer a umas e a outros que acompanhamos” todos os desenvolvimentos, declarou o presidente da República.
“É muito simples: o reconhecimento da soberania das duas regiões separatistas da Ucrânia representa uma violação clara dos Acordos de Minsk e põe em causa a integridade territorial da Ucrânia”, afirmou o chefe de Estado.
O Departamento de Estado norte-americano condenou hoje "fortemente" a decisão da Rússia de reconhecer a independência dos territórios separatistas no Donbass ucraniano, avaliando que se trata de um "claro ataque à soberania e integridade territorial" da Ucrânia.
Em comunicado, o secretário de Estado norte-americano, Antony J. Blinken, indicou que a decisão de Moscovo representa "uma rejeição completa dos compromissos da Rússia sob os acordos de Minsk", "contradiz diretamente o compromisso com a diplomacia reivindicado pela Rússia", e é um "claro ataque à soberania e integridade territorial da Ucrânia".
Blinken salientou que as nações têm a obrigação de não reconhecer um novo "Estado" criado através da ameaça ou uso da força, assim como a obrigação de não romper as fronteiras de outro Estado.
"A decisão da Rússia é mais um exemplo do flagrante desrespeito do Presidente Putin [chefe de Estado russo] pelo direito e normas internacionais", acrescentou o chefe da diplomacia norte-americana.
Um acordo já assinado pelo presidente russo, Vladimir Putin, com os líderes das duas regiões separatistas, dá à Rússia o direito de construir bases militares na zona do Dunbass.
Esse documento, a que a agência Reuters teve acesso, é um dos vários decretos assinados por Putin esta segunda-feira, depois de ter reconhecido a independência das duas regiões do leste da Ucrânia.
A Rússia e os líderes dos territórios separatistas tencionam ainda assinar novos acordos sobre cooperação militar e proteção de fronteiras. A assinatura poderá acontecer já na terça-feira.
A Ucrânia continua a considerar as regiões de Donetsk e Lugansk, incluindo as áreas controladas por separatistas pró-Rússia, parte de seu território, afirmou hoje o secretário do Conselho de Defesa e Segurança Nacional, Oleksii Danilov.
Em conferência de imprensa, Oleksii Danilov salientou que Kiev continuará a cumprir "as suas obrigações" com "todos os habitantes" de Donbass após o reconhecimento da independência das autoproclamadas repúblicas separatistas pelo presidente russo Vladimir Putin.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse hoje que a decisão da Rússia em reconhecer a independência dos territórios separatistas no Dunbass ucraniano "é uma violação da integridade territorial e da soberania da Ucrânia".
É "incompatível com os princípios da Carta das Nações Unidas", salientou o diplomata português através de um comunicado.
“O secretário-geral insta todos os atores relevantes a concentrarem os seus esforços na garantia da cessação imediata das hostilidades e da proteção de civis, evitando quaisquer ações e declarações que possam agravar ainda mais a situação perigosa que se vive dentro e em redor da Ucrânia”, lê-se no comunicado.
O primeiro-ministro português já reagiu à escalada de tensões entre Rússia e Ucrânia.
“O reconhecimento russo das duas regiões separatistas da Ucrânia viola claramente os acordos de Minsk e põe em causa a integridade territorial da Ucrânia. Condenamos veementemente esta ação e manifestamos total solidariedade para com a Ucrânia”, escreveu António Costa no Twitter.
O reconhecimento russo das duas regiões separatistas da Ucrânia viola claramente os acordos de Minsk e põe em causa a integridade territorial da Ucrânia. Condenamos veementemente esta ação e manifestamos total solidariedade para com a Ucrânia.
— António Costa (@antoniocostapm) February 21, 2022
Em Moscovo, Evgueni Mouravitch revelou à RTP que circulam vídeos que mostram a alegada “movimentação e equipamento blindado” a entrar em território das repúblicas separatistas.
Segundo o Kremlin, num comunicado, estão a ser estabelecidas relações de “amizade e cooperação com as regiões separatistas” e, de acordo com o correspondente da RTP, subentende-se que Vladimir Putin terá “emitido uma ordem para manutenção da paz nestas regiões”.
Contudo, esta ação russa pode ser considerada “fora da lei” pela comunidade internacional.
Uma fonte do Eliseu esclareceu que as sanções europeias visam dissuadir de forma robusta novas decisões de Moscovo que coloquem em causa a soberania da Ucrânia.
O presidente francês considera que o mundo está perante uma situação de crise grave e que pode passar a qualquer momento para o nível muito grave.
A lista dos alvos a sancionar, empresas e particulares russos e das regiões separatistas, vai ser feita pelos embaixadores dos 27 em Bruxelas.
Sobre se Putin será um alvo específico dessas sanções, a mesma fonte do eliseu remete para esse trabalho a começar amanhã em Bruxelas.
O presidente em exercício da União Europeia considera que Putin fez as suas escolhas e agora vai ter de responder por elas.
As tropas russas enviadas pelo presidente Vladimir Putin já estão a entrar nas repúblicas que declarou independentes, alegadamente para uma “missão de paz”.
Tudo leva a crer que haverá uma escalada no confronto na região do leste da Ucrânia.
Em direto no 260, da RTP3, o ministro dos Negócios Estrangeiros considera que o reconhecimento da independência de Donetsk e Lugansk constitui "uma violação flagrante dos acordos de Minsk", o que "merecerá da UE uma resposta".
Considerando ser ainda "prematuro" especificar as sanções a aplicar à Rússia, Augusto Santos Silva fala em decisões "rápidas" e resposta "dura"
"A Rússia não quer encontrar uma solução diplomática, pelo contrário". Por isso, "temos de agir com a Rússia como ela está a merecer", defendeu Augusto Santos Silva que apontou o "comportamento duplo" de Vladimir Putin.
"Estamos cada vez mais perto" de um conflito armado a leste reconheceu o ministro dos Negócios Estrangeiros, admitindo que "a ameaça aumentou".
Santos Silva sustenta que a UE não esteve "a aguardar" os desenvolvimentos, mas antes envolvida em diferentes títulos e em diferentes formatos e em "mil e uma diligências para tentar chamar a Rússia à razão".
O presidente russo ordenou uma operação de “manutenção da paz” nas duas regiões separatistas do leste da Ucrânia.
A agência Reuters avança que Vladimir Putin pediu ao Ministério russo da Defesa que enviasse tropas russas para a Ucrânia nessa missão de paz.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, sustentou hoje que o reconhecimento da independência das regiões separatistas da Ucrânia pela Rússia constituirá "uma rutura unilateral" dos acordos de Minsk de 2015.
Scholz emitiu esta declaração após uma conversa telefónica com o presidente russo, Vladimir Putin, antes de este anunciar em discurso a decisão de reconhecer as duas "repúblicas" separatistas na região do Donbass ucraniano.
Na chamada com o presidente russo, Olaf Scholz "condenou o plano da Rússia visando reconhecer" as repúblicas separatistas pró-russas de Donetsk e Lugansk "como Estados independentes", segundo um curto comunicado de Hebestreit.
"Uma tal iniciativa estará em flagrante contradição com os acordos de Minsk sobre a resolução pacífica do conflito no leste da Ucrânia", segundo a mesma fonte.
O chanceler, que se deslocou na passada terça-feira a Moscovo, apelou novamente "para uma imediata inversão da escalada do conflito" e para a retirada das forças russas concentradas na fronteira com a Ucrânia, sublinhando "que é necessário agora respeitar o cessar-fogo e dar sinais de contenção, em particular no leste da Ucrânia".
"A Rússia tem uma responsabilidade particular neste aspeto", insistiu o porta-voz.
O governador do Banco de Portugal disse que as últimas notícias relativas à tensão entre a Rússia e a Ucrânia "não são boas", mas assinalou que, apesar da normalização da política monetária ser "desejável", não pode estar "indexada" às tensões geopolíticas.
"As tensões geopolíticas não estão dentro de um conjunto de choques económicos aos quais a política monetária possa dar resposta", disse hoje Mário Centeno.
"Não são boas notícias. Vamos ver os próximos desenvolvimentos", considerou o governador do Banco de Portugal.
No entanto, vincou que "as tensões geopolíticas não estão dentro de um conjunto de choques económicos aos quais a política monetária possa dever resposta".
Para Mário Centeno, "a normalização da política monetária que é desejável", mas "não deve estar indexada" àquilo que são as tensões geopolíticas.
O presidente francês condenou a decisão de Vladimir Putin de reconhecer os territórios separatistas no leste da Ucrânia.
Numa nota enviada pelo Eliseu, Emmanuel Macron fala numa “clara violação unilateral dos compromissos internacionais da Rússia” e num “ataque à soberania da Ucrânia”.
O presidente francês pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, assim como a adoção de sanções europeias.
Emmanuel Macron falou esta noite numa chamada telefónica conjunta com o presidente dos EUA e o chanceler da Alemanha.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha considera o reconhecimento da independência das regiões separatistas “uma violação flagrante da lei internacional” e, por isso, promete uma dura resposta à Rússia.
“A Alemanha continua do lado da Ucrânia e das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas. Iremos reagir a esta violação do direito internacional. Estamos neste momento a consultar os nossos parceiros”, avançou o Ministério.
O Reino Unido irá avançar na terça-feira sanções contra a Rússia devido ao reconhecimento, por parte de Putin, da independência dos territórios separatistas.
Caso se dê uma invasão russa à Ucrânia, as sanções do Reino Unido serão ainda mais agravadas, avançou o executivo britânico.
O país recomendou ainda prudência nas viagens para alguns lugares da Rússia, por questões de segurança.
Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Letónia anunciou que o país vai entregar à Ucrânia, na terça-feira, mísseis antiaéreos para ajudar a lidar com a possível ameaça russa.
Já na Polónica, o primeiro-ministro pediu “sanções imediatas” à Rússia devido à decisão de reconhecimento dos territórios separatistas. “É um ato de agressão à Ucrânia”, defendeu o líder polaco.
Os Estados Unidos dizem ter antecipado a decisão da Rússia e, por isso, estão “prontos para responder imediatamente”.
“O presidente Biden vai, em breve, lançar uma Ordem Executiva que proibirá novos investimentos, comércio e financiamento por parte de pessoas dos Estados Unidos nas regiões de Donetsk e Luhansk”, cuja independência foi reconhecida por Vladimir Putin, lê-se num comunicado da Casa Branca.
“Essa Ordem Executiva vai também fornecer autoridade para impor sanções a qualquer pessoa determinada a operar nessas áreas da Ucrânia”, acrescenta o documento.
A Casa Branca refere ainda que o Departamento de Estado e do Tesouro vai divulgar em breve mais detalhes.
“Vamos também anunciar dentro de pouco tempo mais medidas adicionais relacionadas com a flagrante violação dos compromissos internacionais por parte da Rússia”.
Washington quis ainda esclarecer que “estas medidas são separadas das outras medidas económicas que temos vindo a preparar em coordenação com os aliados e parceiros para o caso de a Rússia invadir a Ucrânia”.
A presidente da Comissão Europeia afirma que “o reconhecimento dos dois territórios separatistas na Ucrânia é uma violação flagrante da lei internacional, da integridade territorial da Ucrânia e dos acordos de Minsk”.
“A União Europeia e os seus parceiros vão reagir com união, firmeza e determinação em solidariedade com a Ucrânia”, acrescentou no Twitter.
The recognition of the two separatist territories in #Ukraine is a blatant violation of international law, the territorial integrity of Ukraine and the #Minsk agreements.
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) February 21, 2022
The EU and its partners will react with unity, firmness and with determination in solidarity with Ukraine.
No seu discurso ao país esta segunda-feira, Vladimir Putin repetiu todas as reivindicações que tem já expressado nos últimos meses, entre as quais a garantia de que a Ucrânia não fará parte da NATO.
Para o presidente russo, se a Ucrânia passar a pertencer à NATO, metade da Rússia ficará sob ameaça de ser bombardeada.
Sobre os territórios separatistas, Putin acusou Kiev de provocar conflitos e de não cumprir com as promessas de cessar-fogo.
O correspondente da RTP na Rússia, Evgueni Mouravitch, dá conta dos pontos essenciais do dircurso.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconheceu a independência dos territórios separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia e instou o parlamento a assinar os tratados que permitirão o apoio militar de Moscovo a estas autoproclamadas repúblicas.
"Considero necessário tomar esta decisão que estava pensada há muito tempo, de reconhecer imediatamente a independência da República Popular de Donetsk e da República Popular de Lugansk", referiu o chefe de Estado russo num discurso transmitido pela televisão estatal, depois do Kremlin ter divulgado esta intenção.
Putin pediu também ao parlamento russo para "aprovar esta decisão" para, em seguida, "ratificar os acordos de amizade e de ajuda mútua a estas repúblicas", o que permitirá a Moscovo, por exemplo, enviar apoio militar aos dois territórios pró-russos do Donbass ucraniano.
O jornalista da RTP Paulo Dentinho considera que a decisão de Putin é mais um passo na sua intenção de “alterar a arquitetura de segurança na Europa”.
“Ele quer o regresso desses países que fizeram parte do Império russo”, nomeadamente a Ucrânia e a Bielorrússia, explicou Paulo Dentinho numa análise na RTP 3.
Continua a aguardar-se a reação dos Estados Unidos à decisão do presidente Putin. Joe Biden está ausente da Casa Branca, mas vão reunir nos próximos momentos os conselheiros que fazem parte do grupo permanente que tem estado a acompanhar a situação, nomeadamente o secretário de Estado, o da Defesa e o chefe de Estado Maior.
Em Washington está o correspondente da RTP, João Ricardo de Vasconcelos.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, convocou o Conselho Nacional de Segurança e Defesa para responder caso Putin reconheça a independência dos territórios separatistas.
Vladimir Putin ignorou esta segunda-feira a independência da Ucrânia, dizendo que esta não é um país vizinho, mas sim família. Para o presidente russo, o desmembramento da União Soviética terá sido um erro.
A enviada especial da RTP a Kiev, Cândida Pinto, está acompanhar os desenvolvimentos.
Vladimir Putin está a falar à população russa e acaba de dizer que a Ucrânia é “uma colónia norte-americana com um regime de marionetas”.
O presidente russo diz ainda que a língua ucraniana foi marginalizada e que as promessas ocidentais de civilização foram acompanhadas de um aumento da corrupção, da pobreza e do falhanço da indústria.
Putin acusa ainda o país vizinha de planear a criação das suas próprias armas nucleares. “Se a Ucrânia conseguir armas de destruição em massa, a situação global vai mudar drasticamente. Não podemos ignorar isto”, considerou o líder russo.
A União Europeia insta o presidente russo, Vladimir Putin, a não reconhecer a independência dos territórios separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, disse hoje o chefe da diplomacia portuguesa, classificando-o como "violação flagrante" dos acordos internacionais.
"Os ministros estrangeiros da União Europeia instam o senhor Putin a não dar esse passo porque isso significaria uma violação flagrante dos acordos de Minsk, os acordos que ele supostamente diz querer aplicar", declarou Augusto Santos Silva.
Falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas após uma reunião entre os 27 ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, o ministro português da tutela vincou que "esse passo significaria uma violação flagrante dos acordos de Minsk".
"Nós julgamos que os acordos de Minsk e os formatos que eles criaram, designadamente o trabalho conjunto ou o contacto entre França, Alemanha, Ucrânia e a Rússia constituem o melhor instrumento de que nós dispomos, o melhor instrumento até agora disponível, para gerir esta crise gravíssima de segurança e para encontrar para ela uma solução política aceitável por todos", salientou Augusto Santos Silva.
Por essa razão, "a minha atitude juntamente com os meus 26 colegas a esta é instar o presidente Putin a não dar espaço, a não reconhecer as supostas repúblicas de Lugansk e Donetsk", salientou.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia deverão reunir terça-feira em Paris.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia prometeram hoje 1.200 milhões de euros à Ucrânia em apoios extraordinários, além de disponibilizarem educação militar.
Em Bruxelas, o MNE português, Augusto Santos Silva, garantiu que Portugal vai manter aberta a embaixada em Kiev. "O ministro dos Estrangeiros da Ucrânia [Dmytro Kuleba] foi muito claro a pedir-nos que mantivéssemos as nossas embaixadas localizadas em Kiev e esse foi o nosso compromisso no caso português", declarou o chefe da diplomacia portuguesa.
Já questionado sobre eventuais sanções financeiras à Rússia, o ministro português vincou: "A nossa posição é muito simples e é a de sempre e nós não usamos a figura das sanções preventivas, nós tomamos medidas quando elas são necessárias e tomamos medidas restritivas quando são indispensáveis, devidamente ancoradas e fundamentadas juridicamente".
"Tomamos medidas em reação a factos e não em prevenção", acrescentou, ressalvando ainda assim que o "trabalho técnico continua", sendo que "a decisão política será tomada se e quando os acontecimentos justificarem essa tomada de decisão".
"Qualquer agressão militar da Rússia à Ucrânia terá como resposta imediata um pacote de sanções económicas muito duras da parte da UE", reforçou ainda.
A União Europeia está pronta para impor sanções se Moscovo reconhecer a independência das regiões separatistas do leste da Ucrânia e insta o presidente russo, Vladimir Putin, a não o fazer, anunciou o chefe da diplomacia europeia.
"Partimos do princípio de que o presidente Putin não o fará, mas, se o fizer, colocarei o pacote de sanções na mesa dos ministros" europeus, advertiu Josep Borrell, no final de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE em Bruxelas.
Entretanto, a ONU instou "todas as pessoas envolvidas a evitarem qualquer decisão ou ação unilateral que possa atentar contra a integridade territorial da Ucrânia", declarou hoje o seu porta-voz, inquirido sobre um eventual reconhecimento por Moscovo da independência das regiões separatistas ucranianas de Donetsk e Lugansk.
"Sublinhamos o nosso apelo para o fim imediato das hostilidades, para a máxima contenção por todas as partes, a fim de evitar qualquer ação e declaração que agrave ainda mais as tensões", disse também Stéphane Dujarric, defendendo que todos os diferendos devem "ser abordados através da diplomacia".
Dois soldados e um civil morreram em bombardeamentos das forças separatistas na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, anunciaram hoje as autoridades locais.
Segundo a polícia nacional ucraniana, dois soldados morreram e outros três ficaram feridos na aldeia de Zaïtsevé e um quarto soldado ficou ferido na localidade de Vodiané, em Donetsk, no leste da Ucrânia.
A vítima civil, um homem de 52 anos, foi morto na aldeia de Novolouganské, na região de Donetsk, onde o bombardeamento também provocou um corte de eletricidade e no aquecimento e danificou um gasoduto, disse o governador Pavlo Kyrylenko na sua conta na rede social Facebook.
As mortes acontecem num clima de escalada de tensão no leste da Ucrânia, onde se confrontam as forças ucranianas contra as forças separatistas pró-Rússia apoiadas por Moscovo.
Kremlin anuncia reconhecimento de territórios separatistas
A Presidência russa anunciou esta segunda-feira que o país irá reconhecer a independência dos territórios separatistas no leste da Ucrânia.
"Um decreto nesse sentido será assinado em breve", disse a Presidência russa, de acordo com uma fonte do Kremlin, que acrescentou que Putin informou o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, mediadores do conflito no leste da Ucrânia, desta decisão, tendo estes reagido expressando a sua "deceção".
Vladimir Putin já tinha anunciado, horas antes, que iria decidir hoje sobre o reconhecimento da independência das regiões separatistas pró-Rússia do leste da Ucrânia, apesar das ameaças de retaliação por parte dos países ocidentais, se o Presidente russo tomasse essa decisão.