O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, disse que vários membros do G20 questionaram hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, sobre a morte de Alexei Navalny, mas que este escolheu o silêncio.
"Foi discutido na mesa, algumas pessoas questionaram sobre o caso", começou por dizer Josep Borrell a uma pequeno grupo de jornalistas, à margem do último dia de reuniões dos chefes da diplomacia das 20 maiores economias do mundo, na cidade brasileira do Rio de Janeiro.
"Silêncio do lado russo", sintetizou o chefe da diplomacia da União Europeia.
Alexei Navalny, um dos principais opositores do Presidente russo, Vladimir Putin, morreu a 16 de fevereiro, aos 47 anos, numa prisão do Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos.
Os serviços penitenciários da Rússia indicaram que Navalny se sentiu mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.
Quanto à invasão russa à Ucrânia, Josep Borrell sublinhou que os membros presentes na reunião, à exceção da Rússia, "concordam que é uma agressão à Carta dos Direitos Humanos da ONU, mas há diferentes visões em cima da mesa" relativamente à forma como se deve por fim à guerra.
"Insistimos na ideia de que a Ucrânia merece ser ajudada", frisou, sublinhando que "Putin continua esta guerra e não há sinal de que vá parar".
Lavrov foi dos primeiros líderes a abandonar a reunião, tendo apenas falado à imprensa russa. Segue agora para Brasília para, às 18:00 (21:00 em Lisboa), encontrar-se com o Presidente brasileiro, Lula da Silva, no Palácio do Planalto, o mesmo local onde recebeu, na quarta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.
O Rio de Janeiro acolhe desde quarta-feira os máximos responsáveis diplomáticos das 20 maiores economias do mundo, como o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, o Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e vice-presidente da Comissão Europeia, Josep Borrell, responsáveis da União Africana, autoridades dos países convidados da presidência brasileira, como o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, e representantes de 12 organizações internacionais.