O embaixador russo nas Nações Unidas anunciou esta quarta-feira que requereu a realização de uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Moscovo quer abordar na ONU o caso do envenenamento do ex-espião Sergei Skripal. Londres tem acusado a Moscovo de ser responsável pelo envenenamento, o que deu início a uma profunda crise diplomática entre a Rússia e o ocidente.
No passado dia 14 de março, o Conselho de Segurança das Nações Unidas tinha já reunido de emergência, a pedido do Reino Unido, para discutir este caso. Nesta reunião, os Estados Unidos acusaram Moscovo de ser responsável pelo envenenamento do ex-espião.
Este caso tem motivado uma forte crise diplomática entre o ocidente e a Federação Russa. O Reino Unido, os EUA e dezenas de países europeus decidiram expulsar diplomatas russos. A Rússia tem negado qualquer envolvimento e tem respondido da mesma forma à expulsão de diplomatas.
Portugal optou por não expulsar nenhum dos cerca de 20 diplomatas que a Rússia tem em território luso mas chamou o embaixador português em Moscovo para consultas em Lisboa.
Esta quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros disse no Parlamento que não foram expulsos diplomatas para garantir a operacionalidade da embaixada portuguesa em Moscovo. Santos Silva admitiu ainda que a posição portuguesa possa evoluir, nomeadamente depois do Conselho Europeu dos Negócios Estrangeiros que se realiza a 16 de abril.
Chumbada participação de Moscovo na investigação
Esta quarta-feira, a Organização para a Proibição de Armas Químicas chumbou uma proposta apresentada para Moscovo para que fosse realizada uma nova investigação conjunta ao envenenamento do ex-espião. A Rússia tem pedido para participar nas investigações, uma pretensão que tem sido rejeitada por Londres.
Segundo a agência Reuters, apenas seis países votaram a favor da proposta russa: China, Azerbaijão, Sudão, Argélia, Irão e a própria Rússia. Dezassete Estados-membros abstiveram-se e 15 votaram contra.
Na terça-feira, o laboratório do Ministério britânico da Defesa revelou que não consegue determinar onde foi produzida a substância utilizada no envenenamento de Sergei Skripal, apesar de ter garantido que foi um Estado e que não foi o Reino Unido.
O laboratório desmentiu assim as declarações que tinham sido feitas pelo próprio chefe da diplomacia britânica. Boris Johnson tinha afirmado publicamente que o laboratório lhe tinha garantido que a Rússia era responsável pela produção do novichok.
O governante está a ser acusado de mentir pela oposição britânica, sobretudo depois de ter sido apagada uma mensagem no Twitter do seu gabinete que atribuía ao laboratório a garantia de que a Rússia tinha produzido a substância usada no ex-espião.
Na próxima semana, a Organização para a Proibição das Armas Químicas conta ter os resultados dos testes realizados às amostras recolhidas no âmbito da investigação ao caso Skripal.