Foi um ato de retaliação contra a proibição de companhias aéreas bielorrussas entrarem em espaço aéreo europeu. A Rússia impediu dois voos – da Air France e da Austrian Airlines – de aterrar em Moscovo.
Esta situação levou a que pelo menos quatro voos da Air France entre Paris e Moscovo fossem cancelados. Alguns passageiros viram as suas viagens ser remarcadas na transportadora russa Aeroflot.
Dois voos da Austrian Airlines foram também anulados – um avião de passageiros que viajavam de Viena para Moscovo e um avião de carga que fazia a ligação de Nanjing, na China, para a capital austríaca.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Áustria considera que a ação da Rússia é “absolutamente incompreensível”. A Rússia, uma forte aliada da Bielorrússia, manteve-se firme no apoio à ex-nação soviética e ao seu Governo.
Já o Ministério dos Transportes da Federação Russa disse à AFP que “não faria comentário de momento”, quando solicitado para tal pela agência noticiosa francesa.
Esta foi a primeira reação do Kremlin ao conflito diplomático entre a Bielorrússia e os países ocidentais. A Rússia ainda não confirmou se todos os voos terão a sua entrada negada se evitarem o espaço aéreo bielorrusso.
O site de rastreio Flightradar24 mostra pouca atividade nos céus da Bielorrússia, exceto para companhias áreas russas e bielorrussas.
Algumas companhias aéreas estão a evitar sobrevoar o espaço aéreo bielorrusso em protesto, depois de o Governo de Alexander Lukashenko ter forçado um avião da Ryanair a fazer um desvio na rota prevista e a aterrar em Minsk, no passado domingo.
A bordo do voo da Ryanair, que fazia a ligação entre Atenas e Vilnius, seguia Roman Protasevich, um dissidente bielorrusso que vive no exílio na Lituânia, e a sua namorada Sofia Sapega. Ambos foram detidos quando os passageiros desembarcaram do avião.
A Bielorrússia alegou que estava uma bomba feita pelo grupo palestiniano Hamas a bordo do voo FR4978 da Ryanair.
A União Europeia e o Reino Unido proibiram as companhias aéreas bielorrussas de sobrevoar os seus territórios e acrescentaram que estavam a ponderar a aplicação de mais sanções, inclusivamente contra o Presidente Alexander Lukashenko, que está no poder há 27 anos.
Segundo a Reuters, a proibição de sobrevoar o espaço aéreo europeu forçou a companhia bielorrussa Belavia a cancelar 12 das suas 30 rotas até 30 de outubro. As rotas afetadas são Amesterdão, Barcelona, Berlim, Bruxelas, Frankfurt, Hanôver, Kaliningrado. Milão, Munique, Roma, Viena e Varsóvia.
Com as companhias aéreas a deixarem de sobrevoar o espaço aéreo bielorrusso as receitas do país são afetadas. A utilização do espaço aéreo rende à Bielorrússia milhões de dólares por ano.