Rússia garante segurança da Estação Espacial Internacional apesar de nova fuga

por Lusa
Frank Rubio (esq.) e os russos Sergey Prokopyev (centro) e Dmitri Petelin (dta.) mantém o otimismo inicial Reuters

A agência espacial russa garantiu que a tripulação da Estação Espacial Internacional (EEI) não está em perigo, apesar de uma nova fuga de líquido refrigerante, o terceiro incidente do género em menos de um ano.

“O módulo Nauka do segmento russo da EEI sofreu uma fuga de líquido refrigerante do circuito externo (de emergência) do radiador, que foi instalado na estação em 2012”, referiu a Roscosmos através da rede social Telegram.

Segundo a agência russa, não existem ameaças para a “tripulação e estação”.

O circuito principal de controlo térmico do módulo funciona normalmente e garante condições de conforto na área de convivência do módulo”, garantiu.

Atualmente, sete pessoas estão a bordo da EEI: três russos, dois norte-americanos, um dinamarquês e um japonês.

As transmissões com a EEI são parcialmente transmitidas ao vivo pela Internet e, no final do dia, um operador do centro de controlo na Terra pediu que parte da tripulação fosse até à cúpula de observação que permite aos astronautas ver o exterior.

“Há uma fuga oriunda do radiador do MLM” (Módulo de Laboratório Multiuso, outro nome para o segmento Nauka), referiu, mais tarde, a astronauta Jasmin Moghbeli.

A NASA não fez imediatamente uma declaração oficial sobre o incidente, que se têm registado com frequência recentemente.

Em dezembro, a cápsula espacial Soyuz MS-22 acoplada à EEI sofreu uma fuga de refrigerante devido ao impacto de um micrometeorito, segundo Moscovo, que decidiu enviar a MS-22 como substituta.

Este incidente forçou dois cosmonautas russos e um astronauta norte-americano a permanecerem mais tempo do que o previsto a bordo da EEI.

Estes regressaram finalmente à Terra, em segurança, no final de setembro.

Uma fuga semelhante ao incidente de dezembro também afetou outra infraestrutura russa em meados de fevereiro, o cargueiro Progress MS-21, atracado na EEI, mas que não se destinava ao transporte de passageiros.

Com três fugas de refrigerante, há uma característica comum: Um não é nada, dois é coincidência, três é algo sistémico”, sublinhou Jonathan McDowell, astrónomo e analista espacial, à agência France-Presse (AFP) em Washington.

Para McDowell estes incidentes mostram “a degradação da confiabilidade dos sistemas espaciais russos”.

O setor espacial russo, que historicamente tem sido o orgulho do país, enfrenta dificuldades há anos, entre a falta de financiamento, falhas e escândalos de corrupção.

A EEI constitui uma das poucas áreas de cooperação ainda em curso entre Moscovo e Washington desde o início da ofensiva russa na Ucrânia e das sanções internacionais que se seguiram.


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