A Rússia afirmou ter respondido a um ataque ucraniano na cidade de Belgorod, acrescentando que as localidades fronteiriças de Chebekino e Novopetrovka e a região de Kursk foram alvo de bombardeamentos na madrugada desta sexta-feira.
Intensamente bombardeada durante vários dias, a região russa de Belgorod foi alvo na passada semana de uma grande incursão o que levantou questões sobre a solidez das defesas fronteiriças da Rússia.
“Cerca de duas companhias de infantaria motorizada reforçadas por tanques tentaram invadir o território russo na quinta-feira. Perto de 70 homens armados participaram no ataque”, revelou o Ministério russo da Defesa.
“O assalto foi precedido de bombardeamentos de instalações civis depois de três ataques de grupos terroristas ucranianos terem sido repelidos, pelos militares russos apoiados pela força aérea”, acrescentou.
Segundo o Ministério russo da Defesa, “no total, foram eliminados mais de 50 terroristas ucranianos, quatro veículos blindados de combate, um veículo BM-21 Grad de lançamento múltiplo de foguetes e uma carrinha”.
Um grupo que se intitula “Corpo de Voluntários Russos” - que afirma ser constituído por combatentes russos que apoiam Kiev e que reivindicou, na passada semana, um papel na incursão em Belgorod - revelou na quinta-feira estar a combater em território russo perto de Chebekino.
As autoridades russas confirmaram que Chebekino, cidade com uma população de 40 mil pessoas, a cerca de dez quilómetros da fronteira ucraniana, foi alvo de “ataques ininterruptos” que danificaram vários edifícios e feriram 12 pessoas.
“Um prédio atingido por projéteis, lançados pelo lança-foguetes múltiplo Grad, está em chamas e um edifício da administração local também sofreu danos”, adiantou o governador da Belgorod, Vyacheslav Gladkov, no Telegram.
Gladkov frisou ainda que a cidade tinha ficado sem eletricidade.
De acordo com o responsável, a aldeia de Novopetrovka, também na região de Belgorod, foi atingida por ataques que provocaram ferimentos em dois professores.
Perante estes ataques, os habitantes das zonas bombardeadas estão a ser acolhidos em centros temporários.
“O maior centro municipal de alojamento temporário está a ficar gradualmente cheio, pelo que todas as pessoas que chegam de Chebekino, estão a ser enviadas de forma organizada para outros centros”, divulgou Gladkov.
Esta madrugada, vários drones ucranianos foram abatidos pela defesa aérea russa perto de Kursk, uma cidade próxima da fronteira com a Ucrânia, afirmou o governador da região, Roman Starovoyt, no Telegram, que apelou aos residentes para “manterem a calma”. Desde fevereiro de 2022, esta região tem sido regularmente bombardeada pelas forças ucranianas.
O Kremlin já denunciou a falta de condenação internacional destes ataques em território russo.
“Nem uma única palavra de crítica ou de condenação ao regime de Kiev por este facto”, acusou o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov.
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