Rússia afirma ter intercetado mísseis ATACMS americanos disparados pela Ucrânia

por Cristina Sambado - RTP
Anadolu via AFP

O exército russo afirmou este sábado ter intercetado oito mísseis ATACMS americanos disparados pela Ucrânia contra o seu território, um tipo de ataque apresentado por Moscovo como uma linha vermelha no conflito.

As defesas aéreas abateram oito mísseis tácitos operacionais ATACMS de fabrico americano e 72 drones, incluindo três sobre a região norte de Leningrado”, declarou o exército russo, que não especificou se este novo ataque ucraniano causou vítimas ou danos materiais.

Em novembro, a administração do Presidente cessante dos EUA, Joe Biden, autorizou a utilização destes mísseis por Kiev, depois de se ter oposto durante muito tempo, na sequência do destacamento, segundo o Ocidente e a Ucrânia, de milhares de soldados norte-coreanos em apoio dos soldados russos.

Desde então, Kiev efetuou várias séries de ataques utilizando estes mísseis ATACMS de longo alcance, bem como os Storm Shadows britânicos.

A Rússia retaliou disparando pela primeira vez uma arma hipersónica experimental denominada “Orechnik”, prometendo “uma resposta” a cada ataque ucraniano deste tipo contra o seu território.

O Presidente russo Vladimir Putin, ameaçou atacar o centro da cidade de Kiev em retaliação, embora ainda não tenha posto as suas palavras em prática.

O Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que deverá regressar à Casa Branca a 20 de janeiro, afirmou, em meados de dezembro, que se opunha “veementemente” à utilização pelo exército ucraniano de mísseis ATACMS americanos, invocando uma “intensificação” e um “agravamento” do conflito.
Rússia ataca cidade estratégica de PokrovskAs forças russas continuam a lançar ataques perto da cidade ucraniana de Pokrovsk, num esforço para a contornar a partir do sul e cortar as rotas de abastecimento às tropas da Ucrânia, revelou Kiev este sábado.

A captura do centro rodoviário e ferroviário na região oriental de Donetsk poderia criar sérias dificuldades para o exército ucraniano na frente oriental e também permitir à Rússia reforçar e avançar a sua linha da frente a oeste.


“A direção de Pokrovsk continua a ser a mais quente e aí os russos atacaram 34 vezes (nas últimas 24 horas) e tentaram romper as nossas defesas a sul de Pokrovsk”, disse Viktor Trehubov, porta-voz do grupo de forças ucranianas de Khortytsia, à televisão nacional ucraniana.

A cidade, onde se situa uma mina que é o único fornecedor de carvão para a outrora gigante indústria siderúrgica ucraniana, tinha uma população de cerca de 60 mil pessoas antes da guerra. A Ucrânia calcula que cerca de 11 mil pessoas permanecem na cidade.

Trehubov disse que as forças russas estavam a tentar bloquear as rotas de abastecimento, enviando pequenos grupos de soldados para as povoações a sul de Pokrovsk.

“Eles (russos) não vão diretamente para a cidade porque isso significa combates urbanos pesados. Por isso, primeiro tentam contornar a cidade e interromper as cadeias logísticas”, acrescentou Trehubov.

O responsável revelou ainda que as forças de Kiev estão a usar drones e armas de precisão para tentar impedir que as tropas russas atinjam os seus alvos.
Ataques mútuos
Perto da fronteira com a Ucrânia, duas pessoas ficaram feridas num ataque de um drone ucraniano na cidade de Chebekino, de acordo com o governador da região russa de Belgorod, Vyacheslav Gladkov.
Durante a manhã deste sábado, no aeroporto russo de Pulkovo, em São Petersburgo, os voos foram interrompidos, temporariamente, para garantir a segurança dos aviões civis, segundo a agência russa de vigilância da aviação Rosaviatsia.
Na frente, um ataque ucraniano feriu pelo menos dez pessoas na cidade de Gorlivka, no território ocupado por Moscovo no leste da Ucrânia, de acordo com o seu presidente da câmara, Ivan Prikhodko.

Mais a norte, o exército russo reivindicou, no sábado, a tomada da pequena cidade de Nadiïa, na região ucraniana de Lugansk, que anexou em 2022 e que agora controla quase totalmente.

Por último, quatro pessoas ficaram feridas num ataque de um drone russo, segundo Roman Mrotchko, responsável da administração militar municipal da cidade portuária de Kherson, no sul da Ucrânia.

PUB