Rússia acusa Ucrânia de disparar mais mísseis norte-americanos e promete retaliar

por Inês Moreira Santos - RTP
Maxim Shipenkov - EPA

O Ministério russo da Defesa acusa a Ucrânia de ter atingido a Rússia com mísseis ATACMS, produzidos nos Estados Unidos, por duas vezes nos últimos três dias. Os ataques terão tido como alvo posições das forças russas na região de Kursk. O Kremlin avisa que está a preparar medidas de retaliação.

“O Ministério da Defesa da Federação Russa está a controlar a situação e medidas de retaliação estão a ser preparadas”, lê-se num comunicado do Ministério da Defesa da Rússia, emitido esta terça-feira.

De acordo com o mesmo documento, os dois ataques ucranianos tiveram com alvo posições russas na região de Kursk. O primeiro terá ocorrido a 23 de novembro e dois dos cinco mísseis lançados atingiram um sistema de defesa aérea russa, danificando o sistema de radar. O segundo ataque aconteceu dois dias depois, a 25 de novembro, tendo sido lançados oito mísseis com destino ao aeroporto de Kursk-Vostochny, que abriga uma base aérea militar – neste ataque um dos mísseis atingiu o alvo e deixou dois militares feridos.

O Ministério adianta ainda que, apesar dos danos, a maioria dos mísseis lançados pelas forças ucranianas foram intercetados.
Estes ataques, que Kiev não comentou, ocorrem numa altura em que se regista uma nova escalada de tensões entre o Kremlin e os países ocidentais, após quase três anos de guerra na Ucrânia.


A Ucrânia começou a usar mísseis ATACMS de longo alcance na Rússia a 19 de novembro, assim como Storm Shadows de fabrico britânico dois dias depois, após obter luz verde dos aliados ocidentais, em resposta ao envio de forças norte-coreanas para o lado russo.

O Kremlin, que considerou estes ataques como uma linha vermelha, retaliou com um míssil balístico de alcance intermédio a 21 de Novembro contra uma fábrica militar na cidade de Dnipro, no centro-leste da Ucrânia.
PUB