Roménia vai enviar sistema de defesa aérea Patriot a Kiev

por Lusa
Sistemas Patriot dos EUA, de lançamento de mísseis terra-ar e de defesa aérea, no aeroporto de Rzeszow-Jasionka, na Polónia em março de 2022 Reuters

A Roménia anunciou hoje o envio de um sistema de defesa aérea Patriot para a Ucrânia para ajudar o país vizinho a proteger-se dos ataques russos, uma decisão imediatamente saudada pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

"Perante a deterioração acentuada da situação de segurança na Ucrânia (...), os membros do Conselho Superior de Defesa Nacional decidiram, em estreita coordenação com os Aliados, doar um sistema Patriot à Ucrânia", disse o conselho romeno num comunicado.

A Roménia disse estar a negociar com os parceiros da NATO, em particular com os Estados Unidos, a obtenção de "um sistema semelhante capaz de proteger o seu espaço aéreo", segundo a agência francesa AFP.

Até isso acontecer, pretende encontrar "uma solução temporária", acrescentou Bucareste.

Seria "inaceitável deixar a Roménia sem qualquer meio de defesa aérea", advertiu o Presidente romeno, Klaus Iohannis, no início de maio, durante um encontro em Washington com o homólogo norte-americano, Joe Biden.

Numa mensagem publicada nas redes sociais, Zelensky disse estar grato à Roménia.

"Esta contribuição crucial irá reforçar o nosso escudo aéreo e ajudar-nos a proteger melhor a nossa população e as nossas infraestruturas críticas contra o terrorismo aéreo russo", afirmou Zelensky.

A Ucrânia tem pedido com insistência mais defesas antiaéreas aos aliados ocidentais nas últimas semanas, em especial para proteger a região de Kharkiv, no nordeste do país, onde a Rússia lançou uma nova ofensiva em maio.

O sistema norte-americano Patriot, concebido em 1965 para proteger contra aviões inimigos, foi progressivamente adotado pelas forças armadas de vários países da NATO (sigla inglesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Perante os apelos de Kiev, muitos aliados têm-se mostrado reticentes em ceder os Patriots com o argumento de que precisam dos sistemas para proteger os respetivos territórios.

Na Europa, apenas a Alemanha respondeu ao apelo da Ucrânia, prometendo, em meados de abril, enviar uma terceira bateria de Patriots.

Os Estados Unidos vão enviar outro sistema Patriot, segundo os órgãos de comunicação social norte-americanos, citando altos funcionários civis e militares não identificados.

Produzidos pela empresa norte-americana Raytheon Technologies, os mísseis Patriot podem atingir e destruir o alvo em poucas dezenas de segundos.

A Roménia, que partilha uma fronteira de 650 quilómetros com a Ucrânia, comprou sete baterias Patriot em 2017 por quase 4.000 milhões de dólares (3,7 milhões de euros, ao câmbio atual), uma compra sem precedentes para o país.

Até à data, recebeu quatro sistemas, dois dos quais estão totalmente operacionais.

Desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022, Bucareste tem apoiado Kiev, embora sem precisar o tipo de ajuda militar prestada, alegando razões de segurança.

A Roménia também acolhe um centro para formar pilotos ucranianos para os caças F-16, localizado a cerca de 150 quilómetros a leste de Bucareste.

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