Roberta Metsola foi esta terça-feira reeleita presidente do Parlamento Europeu. A cidade francesa de Estrasburgo acolheu o arranque do novo mandato deste órgão com a tomada de posse dos eurodeputados. As votações sobre Ursula von der Leyen e o apoio à Ucrânia são outros temas do início da nova legislatura.
"Vou trabalhar diariamente para conseguir estar à altura das expectativas deste Parlamento e em geral", continuou, acrescentando que pretende que este seja um "parlamento para todos na Europa"."Vamos cumprir as promessas dos nossos pais e antecessores".
A agora reeleita presidente afirmou ainda, perante os eurodeputados, que dois anos e meio depois espera que "as pessoas continuem a acreditar e a ter entusiasmo nos projetos" europeus e que "acreditem que o nosso espaço comum pode ser mais justo, mais equilibrado".
"Juntos somos mais fortes e melhores. Acredito numa Europa para todos".
"Para renovar o nosso compromisso com a Europa, temos de não ter medo de enfrentar os autocratas. Não ter medo de viver de acordo a nossa promessa. Não ter medo de defender a Europa. Sem medo de continuar a construir uma União que funcione para todos nós", afirmou. Metsola tornou-se presidente do Parlamento Europeu em janeiro de 2022 e assumiu o cargo de forma interina após a morte do anterior líder da instituição, David Sassoli. Na altura, foi eleita com cerca de 458 votos favoráveis entre os então 705 deputados.
Segundo Luís Montenegro, numa mensagem partilhada no X, "é o justo reconhecimento da excelência com que tem exercido o cargo, e um estímulo para os desafios futuros".
Parabéns, @RobertaMetsola! A votação recorde na reeleição como Presidente do Parlamento Europeu é o justo reconhecimento da excelência com que tem exercido o cargo, e um estímulo para os desafios futuros.
— Luís Montenegro (@LMontenegropm) July 16, 2024
Europa unida, Europa forte.
Congratulations, dear @RobertaMetsola, on your reelection as @EP_President
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) July 16, 2024
Fully deserved.
Your leadership and passion for Europe is more needed than ever. pic.twitter.com/iqnRm1Yntf
Na sequência do sufrágio e das recentes alterações partidárias no Parlamento Europeu, o Partido Popular Europeu é o que dispõe de mais lugares (188), seguido pelos Socialistas (136) e pela nova família política de extrema-direita Patriotas pela Europa (84). De acordo com a mais recente distribuição da assembleia europeia, os Conservadores e Reformistas ocupam 78 assentos, os Liberais um total de 77, sendo seguidos pelos Verdes (53) e pela Esquerda (46).
A primeira sessão plenária desta nova legislatura decorre até sexta-feira e prevê-se que, na quinta-feira, ocorra a reeleição da presidente da Comissão Europeia, que também luta por maioria absoluta.
Mas se a reeleição de Roberta Metsola parecia quase garantida, de acordo com fontes europeias, o mesmo não se aplica à escolha da alemã Ursula von der Leyen para a presidência da Comissão Europeia, que na semana passada se reuniu com algumas bancadas parlamentares (como Socialistas, Liberais e Verdes) para apelar ao aval destes eurodeputados.
É o Parlamento Europeu que tem de aprovar, após a proposta do Conselho Europeu feita no final de junho, o novo presidente da Comissão por maioria absoluta (metade de todos os eurodeputados mais um), com Ursula von der Leyen a ter de obter ‘luz verde’ de pelo menos 361 parlamentares (entre 720).
Mas com a maior fragmentação partidária deste novo mandato, a recondução no cargo ainda não é garantida e têm sido, aliás, vários os parlamentares a ameaçar não a apoiar, alegando que Ursula von der Leyen está demasiado ligada à ala conservadora ou criticando a sua postura para externalização da migração e com recuos nas metas climáticas.
A marcar presença em Estrasburgo estará o ex-primeiro-ministro português, eleito pelos chefes de Estado e de Governo da UE presidente do Conselho Europeu para um mandato de dois anos e meio, que começa a 1 de dezembro de 2024. António Costa vai participar na reunião do grupo dos Socialistas e Democratas, que decorre esta terça-feira ao final do dia, segundo fonte partidária.