Risco de escravatura moderna a aumentar na União Europeia

por RTP
Em resposta a este relatório, a Comissão Europeia realça os esforços que estão a ser feitos para lutar contra o tráfico humano Antonio Parrinello - Reuters

Um índice desenvolvido pela empresa de consultadoria Verisk Maplecroft indica que o risco de moderna escravatura aumentou em 20 países da União Europeia. Foram também identificados os dez Estados mais vulneráveis a nível mundial.

Um relatório da Verisk Maplecroft mostra que Roménia, Grécia, Itália, Chipre e Bulgária são os países mais vulneráveis a este tipo de escravatura, por constituírem “portas de entrada” na Europa para os migrantes que chegam de África.Neste relatório, Portugal surge entre os países onde o risco de escravatura moderna está a aumentar.


Aproximadamente 60 por cento dos países europeus estão identificados como países de “alto risco” ou “extremo risco”, no que toca à escravatura moderna.

De acordo com Alexandra Channer, analista de Direitos Humanos da consultora, a entrada de migrantes sem documentação na União Europeia resulta num maior risco de escravatura moderna.

“Os migrantes ficam vulneráveis a partir do momento que começam a sua travessia até à Europa para fugirem da guerra e da pobreza extrema”, disse Channer à CNN. “Geralmente acabam por cair nas mãos de contrabandistas e ficam presos às ordens de gangues”.

Em resposta a este relatório, a Comissão Europeia realça os esforços que estão a ser feitos para lutar contra o tráfico humano.

“A União Europeia tem uma estrutura legal forte para lutar contra o tráfico humano e, com a ajuda do coordenador do combate ao tráfico humano na União Europeia, estamos a trabalhar para melhorar a coordenação entre as instituições europeias para prevenir o tráfico em questão”, disse a porta-voz da Comissão Europeia Tove Ernst.

“A Comissão e as agências europeias apoiam as autoridades locais de maneira a gerir melhor os fluxos migratórios e assegurar que todas as pessoas que chegam a solo europeu são identificadas, registadas e encaminhadas pelos procedimentos corretos”, acrescentou Ernst.
Medir o risco
O Índice de Escravatura Moderna foi desenvolvido com o apoio de especialistas independentes e sustentado por três pilares. São eles o compromisso de cada país em eliminar a escravatura moderna, erradicar este problema através de um esforço contínuo, bem como a prevalência de violações previamente relatadas.

De acordo com Channer, este é um problema enorme, visto que “a escravatura moderna é uma atividade criminal, escondida, mas que ainda assim é um negócio que envolve biliões de dólares”.
Países à escala global

Fora da União Europeia, a Turquia é o país apontado como tendo um maior aumento de escravatura. De acordo com a Verisk Maplecroft, esta situação ocorreu por causa do fluxo de migrantes da Síria.

Já os países asiáticos, nomeadamente Bangladesh, China, India, Indonésia, Malásia, Myanmar, Filipinas e Tailândia, continuam com um “risco extremo” de escravatura moderna, por causa das grandes indústrias de manufatura.

De acordo com o estudo da Verisk Maplecroft, os dez países que têm uma maior risco de escravatura moderna são a Coreia do Norte, Síria, Sudão, Iémen, República Democrática do Congo, Irão, Líbia, Eritreia e Turquemenistão.
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