Jerusalém, 29 Abr (Lusa) - O vice-primeiro-ministro israelita, Shaul Mofaz, afirmou hoje que uma restituição dos Montes Golan à Síria permitiria uma presença do Irão, considerado pelo Estado hebraico como o "inimigo número 1", nessa região estratégica.
"Qualquer retirada israelita dos (Montes) Golan se traduziria numa presença iraniana nos Montes Golan", afirmou Shaul Mofaz à rádio militar.
O primeiro-ministro respondia a perguntas dos jornalistas, em Washington, onde se encontra de visita, no quadro do diálogo estratégico israelo-norte-americano, que se realiza duas vezes por ano entre os dois países para a discussão de problemas de segurança.
"A Síria faz parte da frente de extremistas, o que significa que na sequência de qualquer transferência dos (Montes) Golan, o Irão se estabeleceria nos Golan, região estratégica", afirmou Mofaz, ex-chefe de Estado-maior e ministro da Defesa.
"Semelhante presença significaria que o Irão estaria presente não apenas nos Montes Golan, como também no Líbano, por intermédio do Hezbollah, e na Faixa de Gaza", defendeu Mofaz, sem avançar mais sobre o assunto.
Mofaz, que se apresenta há vários meses como um rival de Ehud Olmert, contestando as concessões que o primeiro-ministro estaria pronto a aceitar, proferiu estas afirmações numa altura em que a Turquia afirma ter iniciado uma mediação entre Israel e a Síria.
O primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan reuniu-se sábado, em Damasco, com o Presidente sírio Bachar al-Assad que se afirmou pronto a prosseguir a cooperação com a Turquia sobre o relançamento das negociações de paz entre a Síria e Israel.
As negociações, apadrinhadas por Washington, foram interrompidas em 2000 depois de terem "esbarrado" na questão dos Golan - planalto que serve de fronteira natural entre os países árabes, na região da tríplice fronteira de Líbano, Jordânia e Síria -, conquistados em 1967 e sobre os quais a Síria exige a restituição total até às margens do lago Tiberíade, principal reserva de água doce de Israel.
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