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Reino Unido fecha a última central de produção de eletricidade a carvão

por Carla Quirino - RTP
Perto de Nottingham fica a Ratcliffe-on-Soar, a última central de produção elétrica a partir de carvão Molly Darlington - Reuters

A central Ratcliffe-on-Soar, no centro de Inglaterra, encerra o último turno de trabalho à meia-noite desta segunda-feira, após 142 anos a transformar carvão em eletricidade. O Reino Unido torna-se a primeira grande economia a abandonar este combustível fóssil reconhecido como dos mais poluentes para o ambiente.

Na viragem do século XIX para XX, o Reino Unido desenvolveu a indústria e transportes assentes na produção de energia com recurso ao carvão, mas neste fim de setembro, abandona o combustível fóssil que produz mais gases de efeito estufa quando queimado.
Ratcliffe-on-Soar é a última central a carvão britânica ainda a funcionar há 142 anos, mas desliga as máquinas esta segunda-feira, abrindo um novo capitulo energético na Grã-Bretanha, agora virado para as alternativas mais limpas.

Ao encerrar a dependência deste combustivél fóssil, o ministro da Energia, Michael Shanks, exalta que o encerramento da central “marca o fim de uma era e os trabalhadores do carvão podem orgulhar-se, e com razão, do seu trabalho, que forneceram energia ao nosso país durante mais de 140 anos. Como nação, temos uma dívida de gratidão com estas gerações”.

Já Lord Deben (John Selwyn Gummer, 84 anos) do Partido Conservador, é o político mais antigo que se dedicou à pasta do Ambiente e realça: "É um dia realmente notável, porque a Grã-Bretanha, afinal, construiu toda a sua força no carvão, que é a revolução industrial".

E ao repôr a memória, é explicado que a primeira central elétrica a carvão do mundo, foi construída no ano de 1882, em Londres, pelo inventor Thomas Edison. Conhecida por Holborn Viaduct ou Edison Electric Light Station, foi a central que trouxe luz elétrica pública às ruas da capital britânica.

O carvão percorreu o século XX como fonte para produzir a eleticidade que acabou por chegar a todo o país. Porém, na década de 90, passou a ser a ter concorrência do gás. No entanto, em 2012, o combustível fóssil ainda gerava 39 por cento da energia do Reino Unido.

Neste último fôlego de Ratcliffe-on-Soar, o gerente da central, Peter O'Grady, sublinha que é “um dia emocionante”.

“Quando comecei minha carreira, há 36 anos, nenhum de nós imaginava um futuro sem carvão nas nossas vidas”.

Com o fecho de portas, a proprietária Uniper deixa claro que a maioria dos 170 funcionários vão permanecer a trabalhar durante dois anos, periodo durante o qual se vai proceder à desativação da central.

Em 2023, o carvão fornecia apenas um por cento de eletricidade, de acordo com números da National Grid. O petróleo também se regista pouco menos de um por cento enquanto que, mais da metade do campo energético da Grã-Bretanha é produzido a partir de fontes renováveis, como energia eólica e solar, e o restante do gás natural e energia nuclear.
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