Reino Unido. Enfermeira considerada culpada do assassínio de sete recém-nascidos
Ao fim de um longo julgamento, esta sexta-feira, Lucy Letby, uma enfermeira neonatal inglesa, foi condenada pelo assassínio "persistente, calculado e a sangue frio" de sete bebés no hospital de Chester e de ter tentado matar outros seis, entre 2016 e 2017. A sentença vai ser conhecida na segunda-feira. Lucy deverá ser a terceira mulher ainda viva no país a ser condenada a prisão perpétua.
Sete bebés recém-nascidos morreram subitamente e sem razão aparente, com poucas horas de diferença, entre junho de 2015 e junho de 2016. Outros dez foram salvos. Antes do início da deliberação dos 12 jurados, em julho, o juiz James Goss sublinhou que Letby era a única funcionária do pessoal médico “ainda em serviço no momento da degradação brutal” do estado de saúde dos bebés.
Na altura com 25 anos, a jovem enfermeira que se declarou inocente ao longo do julgamento foi acusada de ter utilizado e combinado por vezes diversos métodos para causar a morte aos recém-nascidos, desde a injeção de ar por via intravenosa, a injeção de insulina em sacos de solução alimentar ou a provocação de overdose de leite para o estômago. No julgamento, que teve início a 10 de outubro em Manchester e durou dez meses, um dos mais longos e mediáticos do Reino Unido, os bebés foram identificados por letras de A a Q, para proteger as famílias.
“Só dei o meu melhor para cuidar deles. Estou aqui para ajudar e cuidar, não para prejudicar", afirmou Letby numa das sessões do julgamento, durante o qual negou sistematicamente as acusações, afirmando que estava “devastada” pelas alegações, e denunciou uma “presunção de culpa” numa das alegações finais em tribunal.
As deliberações do júri - composto por sete mulheres e quatro homens - duraram mais de 100 horas ao longo de 20 dias. Lucy Letby foi considerada culpada de ataques que a acusação considerou “persistentes, calculados e a sangue frio”.