Reino Unido deportou 16.400 imigrantes ilegais em seis meses

por Lusa

O Governo britânico deportou ou repatriou 16.400 imigrantes desde julho, quando entrou em funções, um aumento de 24% em relação ao mesmo período do ano passado, revelou hoje. 

Este número inclui 2.580 criminosos estrangeiros, um aumento de 23%, condenados por crimes como o tráfico de droga, roubo, violação e homicídio, adiantou.

O Governo atribui este sucesso ao reinício da análise de pedidos de asilo para ajudar a eliminar os atrasos e à mobilização de mil funcionários esse efeito.

Do total, 4.390 foram deportações forçadas de pessoas sem direito legal a permanecer no Reino Unido, em parte resultado de visitas a empresas como serviços de lavagem de automóveis, manicura e estaleiros de construção.

As expatriações foram realizadas através de utilização de 34 voos `charter` dedicados para países em África, Ásia, Europa e América do Sul, quatro dos quais transportaram mais de mais de 800 pessoas, um número recorde, indicou.

Em dezembro, o jornal The Guardian noticiou que mais de 600 brasileiros, incluindo 109 crianças, foram repatriados "secretamente nos três maiores voos fretados de deportação da história do Ministério do Interior". 

Muitos destes casos terão sido regressos voluntários aos quais o Governo britânico oferece como incentivo até 3.000 libras (3.600 mil euros), incluindo para bebés e crianças.

Em julho, o Governo já tinha anunciado deportado 46 pessoas para o Vietname e Timor-Leste, na sequência da decisão do novo governo trabalhista de abandonar o projeto de envio de migrantes para o Ruanda, mas nem sempre revela operações deste tipo.

O detalhe das nacionalidades das pessoas afetadas só será conhecido aquando da publicação de estatísticas trimestrais. 

O reforço das deportações e repatriamentos fazem parte de um plano do Executivo trabalhista para reduzir a imigração ilegal do Governo britânico, que hoje divulgou um novo regime de sanções a indivíduos e entidades que facilitem a migração ilegal. 

A iniciativa, que Londres reivindica ser pioneira a nível mundial, tem por objetivo desestabilizar os meios financeiros dos grupos de tráfico humano que operam no Canal da Mancha.

"A nossa mensagem para aqueles que pretendem vir para cá ilegalmente é clara - estão a desperdiçar o vosso dinheiro ao confiarem nestes bandos vis e serão devolvidos rapidamente", afirmou o primeiro-ministro, Keir Starmer, citado num comunicado. 

A ministra do Interior, Yvette Cooper, queixou-se de ter herdado "um sistema de asilo e imigração falido" e que acelerou estas medidas "para intensificar a aplicação da lei e o regresso das pessoas que não têm o direito de estar aqui". 

"Continuaremos a combater o trabalho clandestino e faremos progressos na eliminação dos pedidos de asilo em atraso. Já ultrapassámos o nosso compromisso de fazer com que as devoluções atinjam o nível mais elevado em meia década", salientou.

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