Reforço militar dos Estados Unidos aumenta risco de escalada no Médio Oriente acusa MNE russo
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, alertou hoje em Teerão que o reforço militar norte-americano em curso no Médio Oriente cria o risco de uma escalada do conflito entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.
Durante uma reunião diplomática regional em Teerão, Lavrov referiu-se ao envio pelos Estados Unidos de navios de guerra para o Médio Oriente, considerando que "quanto mais um estado tomar medidas proativas deste tipo, maior será o risco, o perigo de escalada de conflitos é grande".
O chefe da diplomacia russa destacou que os Estados Unidos "já estavam entre os países que mais intervêm" neste conflito.
Lavrov reconheceu, no entanto, que a ação de Washington, bem como a da União Europeia, era necessária para alcançar uma solução diplomática.
"Devemos agir com base no potencial coletivo dos países da região e da União Europeia, e provavelmente, dos Estados Unidos, e é difícil passar sem eles", disse ele.
O chefe da diplomacia russa falava à margem de uma reunião em Teerão com os seus homólogos iraniano, turco, arménio e azeri, com o objetivo de encontrar uma solução para as tensões entre Erevan e Baku sem o Ocidente.
Segundo Lavrov, os participantes também discutiram o conflito israelo-palestiniano e tinham "posições muito próximas".
"A Rússia não aceita qualquer manifestação de terrorismo, qualquer manifestação de violência que viole o direito humanitário internacional, incluindo o uso indiscriminado da força", declarou aos jornalistas.
Após a reunião, os chefes das diplomacias da Rússia, Irão e Turquia emitiram um comunicado conjunto em que sublinham a "necessidade de se parar imediatamente de visar alvos civis inocentes" em Gaza, uma acusação dirigida a Israel.
O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.
Sobre o conflito entre Arménia e Azerbaijão, os ministros dos Negócios Estrangeiros iraniano e russo tomaram uma posição conjunta contra o envolvimento dos países ocidentais na resolução de tensões regionais.
"Os problemas da região não podem ser resolvidos pela intervenção de forças estrangeiras", declarou o Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, segundo o seu gabinete.